Equipes passam a realizar borrifação específica contra o Aedes aegypti em Uruguaiana

Equipes passam a realizar borrifação específica contra o Aedes aegypti em Uruguaiana

O município registra quatro vezes mais casos em 110 dias do que todo 2023

Fred Marcovici

Agentes desifetam áreas com possíveis focos e a partir de agora a borrifação em Uruguaiana será interpredial

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A Secretaria de Saúde de Uruguaiana, por meio da Vigilância Epidemiológica, divulgou haver 141 casos de dengue confirmados, desde o início do ano. Um índice quatro vezes superior ao total de todo 2023 que apontou apenas 34 pacientes contaminados pelo Aedes aegypti.

Em pouco mais de 24 horas foram detectados 16 novos casos, o suficiente para ampliar o alerta das autoridades sanitárias. Os registros mais recentes apontaram 10 mulheres infectadas e quatro homens. Não há explicação médico-científica para a incidência ser maior entre infectadas do sexo feminino.

O município acumula o maior número de contágios entre os 11 integrantes da área de cobertura da 10ª Coordenadoria Regional de Saúde, sede em Alegrete.

No momento, são 532 notificações, sendo 187 descartados e 204 em análise no Laboratório Central - Lacen em Porto Alegre ou por institutos próprios.

São 130 pessoas que contraíram a doença na cidade (autóctones) e apenas 11 são importados. O bairro Nova Esperança tem a maior incidência da doença em Uruguaiana, somando 29 casos ou 22% do total das positivações.

Mulheres entre 40 e 59 anos são as que mais se infectam. Há uma hospitalização de uma adolescente de 15 anos. Até o momento, o município não registrou nenhum óbito em decorrência da dengue.

Para combater o vetor, o município vem atuando de forma ampla. Desde fevereiro, os Agentes de Combate a Endemias (ACEs) realizam o processo de pulverização nos bairros mais afetados pela doença.

Segundo a secretária de Saúde, Suziele Pivetta, nas últimas 48 horas as equipes estão atuando em imóveis abandonados e foi retomado o bloqueio nas áreas em que houve a confirmação de casos.

“O quadro climático agrava muito a situação ao aliar o calor e umidade a partir das chuvas que incidiram no município desde a sexta-feira passada. O ambiente torna-se favorável a proliferação do mosquito”, diz Suziele.

Também está sendo desenvolvida nesta quinta-feira a borrifação interpredial, com inseticida específico, residual, nas paredes de prédios públicos ou naqueles em que foi anotado algum caso positivo da enfermidade.

O produto tem a duração de quatro meses e neste período os mosquitos que pousarem nas áreas de cobertura química, não resistirão.

“O protocolo é muito específico e gerido pelo Ministério da Saúde”, acrescenta. Foram adquiridas três pulverizadores costais, apropriados para esta modalidade de aplicação.

Na vizinha cidade argentina de Paso de los Libres foi registrado o primeiro óbito pela doença, neste ano.


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