Médicos apresentam projeto em comissão da Assembleia para instituir o Movimento de Saúde Pulmonar

Médicos apresentam projeto em comissão da Assembleia para instituir o Movimento de Saúde Pulmonar

Doença silenciosa mata cerca de 30 mil pessoas anualmente no Brasil

Felipe Faleiro

Reunião da comissão, presidida pelo deputado Dr. Thiago Duarte, ocorreu na manhã desta quarta

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Representantes de entidades da Medicina estiveram reunidos na manhã desta quarta-feira, Dia do Médico, na Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte e Participação Legislativa Popular da Assembleia Legislativa, na busca de oficializar, por meio da minuta de um projeto de lei, o dia 25 de setembro como o Dia Estadual do Pulmão, além de promover o Movimento de Saúde Pulmonar no estado. As iniciativas objetivam chamar a atenção para este, que é o segundo tipo de câncer mais frequente no Brasil, e o primeiro em mortes, com cerca de 30 mil por ano.

“Ele tem uma evolução silenciosa, e apresenta sintomas apenas em sua fase avançada. E, por isso, existe a necessidade do rastreamento do câncer de pulmão, protocolo consolidado no início dos anos 2000 que tem se mostrado efetivo em salvar vidas nos países em que foi adotado”, salientou a presidente da Sociedade de Cirurgia Torácica do Rio Grande do Sul (SOCITORS), Fabíola Perin. “No país, a maior parte dos diagnósticos ocorre na fase tardia, causando grande sofrimento aos pacientes e familiares”.

A diretora científica da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Rio Grande do Sul (SPTRS), Manuela Cavalcanti, afirmou que o tabagismo é o principal fator de risco para o câncer pulmonar, responsável por 85% dos casos. Ela pontuou também que o alto consumo de cigarros eletrônicos tem causado apreensão, em razão da adesão destes dispositivos por pessoas cada vez mais jovens. “O cigarro eletrônico faz mal? Sim, mas ainda não temos dados científicos para estabelecer relações diretas com o câncer de pulmão, embora acredite que seja apenas uma questão de tempo. Portanto, precisa haver educação”, afirmou ela.

Para embasar esta fala, Manuela afirmou que, na literatura científica, o tempo entre o início do consumo e as primeiras relações entre o tabaco e a doença foi de 15 anos, em média. Já o vice-presidente da Associação Gaúcha de Radiologia (AGR), Thiago Krieger, pontuou que o rastreio precoce do câncer de pulmão, por meio de tomografias, por exemplo, é tão eficiente quanto exames na descoberta de tumores de mama. 

“Pessoas em grupos de risco, como tabagistas há mais de 20 anos, deveriam fazer tanto quanto estas prevenções quanto as mulheres fazem as mamografias”, comentou ele. O deputado Dr. Thiago Duarte, presidente da comissão, disse que o projeto será discutido no conjunto do Legislativo para que haja maior celeridade. “Esta prevenção vai reduzir o custo saúde se esta doença for detectada mais cedo. Vamos avançar neste projeto da comissão e dos deputados. Já há, na tecnologia médica, fortes indícios de que tomografias de baixo nível de radiação, é capaz de fazer rastreamento do câncer de pulmão em populações mais expostas ao risco”, disse o parlamentar.


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