Foi na categoria Escrita Criativa que o filme documental “A artista e o ladrão” venceu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Sundance 2020. Disponível em diversas plataformas digitais, esta envolvente história real, mostra a artista tcheca Barbora Kysilkova que decide ir atrás de Karl-Bertil Nordland, o ladrão responsável pelo roubo de suas pinturas mais valiosas. Quando o encontra, eles se aproximam e formam um inesperado vínculo.
A direção é de Benjamin Ree, e apresenta um drama em que as questões de arte, inspiração e humanidade se cruzam e envolvem as personagens da trama. São os verdadeiros acontecimentos que levaram ao surgimento de uma relação de compaixão e amizade entre a artista e o viciado em drogas e ladrão. A inspiração do filme aconteceu quando, em uma pesquisa no Google sobre roubos de arte, o diretor encontrou a história de um roubo de arte na Galeria Nobel, em Oslo, em 2015. Dois quadros de uma artista pouco conhecida haviam sido roubados, e os dois ladrões presos. Há nesta história elementos surpreendentes, que a tornam única. E foram estes elementos que seduziram o diretor e o fizeram decidir filmar a trama. Foi a partir disso que ele entrou em contato com a artista e que iria colocar na tela aquela história.
O que se impõe na obra audiovisual é uma inusitada e complexa amizade entre pessoas que se encontram em dois lados opostos de um acontecimento marcante. Há questionamentos intelectuais e emocionais que se tornam envolventes, permitindo uma intensa observação do comportamento humano. “A artista e o ladrão” é produzido por Ingvil Giske (Dugma: The Button) e editado por Robert Stengård (Barneraneren).
Marcos Santuario