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Verão

Especial

Após quatro décadas, Caetano abraça e encanta no Araújo

Durante 1h40min nesta quinta, baiano mostrou show “Abraçaço” para auditório lotado<br />

Após quatro décadas, Caetano abraça e encanta no Araújo | Foto: André Ávila
Em 1972, Caetano Veloso veio lançar o seu disco “Transa” no Auditório Araújo Vianna, que ainda era semi-aberto. Quarenta e um ano depois, nesta quinta-feira o cantor baiano cantou e encantou mais de 3 mil fãs, apresentando o show “Abraçaço”, de 2012, o terceiro disco que fecha a trilogia com BandaCê, que iniciou com “Ce” (2006) e “Zii e Zie” (2009).

• Clique aqui e confira a galeria de fotos do show.


A banda é formada por Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo e teclados) e Marcelo Callado (bateria e percussão). Foram 23 músicas durante 1h40min, com o público sentadinho até a 19ª música, antes do bis, e completamente histérico e dançante em frente ao palco nas quatros canções finais da apresentação.

O músico adentrou ao mítico palco do Araújo às 21h13min, com uma das melhores do novo disco. “A Bossa Nova é Foda”, com uma levada pulsante parecida com o Pulso, dos Titãs. “Pura invenção / dança da moda / a bossa nova é foda” canta o grande baiano. O público ficou empolgado. Sem conversar com a plateia nos intervalos das músicas, Caetano seguiu destilando as canções do disco, como “Quando o Galo Cantou” e “Um Abraçaço”, título tirado da expressão que o cantor usa para finalizar alguns e-mails, sugerindo um abraço grande, espalhado, abrangente ou múltiplo. Ao todo, foram dez músicas do novo álbum no show.

O momento mais intimista e reflexivo foi “Um Comunista”, balada ou hino de protesto em homenagem ao militante comunista Carlos Marighella, morto em 1969: O baiano morreu / Eu estava no exílio / E mandei um recado: / "eu que tinha morrido" / E que ele estava vivo. / Mas ninguém entendia / Vida sem utopia / Não entendo que exista / Assim fala um comunista”. Com “Triste Bahia”, ele mergulhou no túnel do tempo de 1972, pois esta foi a única música do repertório que já estava entre as canções executadas no show do Araújo naquele ano.

Dois outros pontos altos do show foram “Funk Melódico”, onde Caetano ensaiou passos de funkeiro, e “Eclipse Oculto”, que fez o público lembrar do clássico disco “Uns”, de 1983. A parte final do show foi com “O Império da Lei”, “Reconvexo” e “Você Não Entende Nada”, já gravada por Gal Costa e Marisa Monte, entre outros: “Você traz a coca-cola eu tomo / Você bota a mesa, eu como, eu como / Eu como, eu como, eu como Você”. Neste momento o público já estava em frente ao palco dançando e cantando alto.

Caetano voltou para o bis com “Vinco”, do disco novo, com “A Luz de Tieta”, trilha da novela e do filme, quando o público cantou alto: “Eta, eta, eta, é a lua é o sol, é a luz de Tieta, eta, eta” e “Outro”, do disco Ce. Foi uma noite de celebração aos 70 anos de vida e às mais de quatro décadas de relação de Caetano com o público gaúcho no mítico palco do Araújo Vianna.


Luiz Gonzaga Lopes/Correio do Povo