Sobrevivente de duas baixas complicadas (o baterista Tico Torres e o guitarrista Ritchie Sambora), Jon Bon Jovi fez o fechamento da noite em que o rock deixou de ter atitude para mandar flores. Antítese perfeita da ferocidade do Metallica na noite anterior, Bon Jovi é doce até no peso.
Troca a rebeldia adolescente pelo amor platônico e pelas desilusões amorosas. Veio desta vez com um disco já bem divulgado, "How About Now", e um patrimônio digno dos hitmakers. Antes do show, Tico Torres, vítima de sérios problemas na vesícula, que o levaram pela segunda vez às pressas a um hospital, mandou uma mensagem doída aos fãs, na qual dizia estar "muito desapontado por não poder tocar.
A apresentação de Bon Jovi começou 0h20min, com "What the Water Made Me", do disco novo, e tratou de viajar aos anos 90 logo na segunda, com "Bad Name". Muitos hits entrariam, como "It's My Life", "Bad Medicine" e "Runaway".
Gosto de Fúria
Nickelback, quarteto canadense famoso por baladas açucaradas como "Photograph", chegou rasgando sob o palco Mundo, antes de Bon Jovi. Liderado por Chad Kroeger, o grupo abriu o show com uma blitz de pop punk metaleiro que lembrou Metallica em suas digressões mais comerciais. A fúria logo foi substituída pelo viés romântico para mostrar a um mar de moças extasiadas o lado terno de seu cancioneiro. Assim, as guitarras em overdrive foram substituídas por violões de aço e o Nickelback fez um luau na Cidade do Rock.
Kroeger comandou a multidão, declamando em tom quase militarístico o seu amor pelo Rio e pelos fãs. Mas há algo de impessoal em sua figura. Ele dá às suas interpretações românticas um tom brusco, difícil de seduzir. E quando o Nickelback aperta o botãozinho 'metal', voltando ao modo pesado com que iniciou o show, mal se reconhece a banda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
AE