A exposição propõe a construção de uma nova realidade formal — colorida e amplificada em significados, a partir dos fragmentos acinzentados e apáticos do cotidiano, porém sob a ótica feminina. A artista Mariah de Olivieri convida o observador a celebrar sua trajetória de 27 anos de atuação nas artes visuais, dos quais os últimos três foram especialmente dedicados à técnica da collage. É por meio dela que a artista nos apresenta uma realidade transgressora, onde se estabelecem novas concepções de tempo e espaço, com forte apelo erótico; onde os limites da sexualidade são tênues, ou inexistentes.
“Universos Impermanentes” é o resultado de questionamentos particulares e intransferíveis, que se mostram recorrentes na atualidade, e que ganham forma através das apropriações de imagens, sejam elas justapostas, transmutadas ou associadas. Desse modo, novos parâmetros estéticos se estabelecem, os quais originam novas construções, bem como outros significados. Nesse sentido, os anseios e desejos — outrora obscuros e socialmente inomináveis — se apresentam livres de pudores e amarras usuais, com uma amplitude que não se restringe à limitada cartela de alguns tons de cinza.
Correio do Povo