Inspirado no universo da primeira infância, o espetáculo “Cuco – A Linguagem dos Bebês no Teatro” propõe um diálogo com a linguagem dos bebês, colocando-os como protagonistas e centro do processo de criação, mesmo quando na condição de espectadores junto a seus pais. Dirigida por Mário de Ballentti, a montagem tem Eduardo D’Avila e Gabriel Martins no elenco e pode ser conferida na Sala Cecy Frank da Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736), até 2 de outubro.
As apresentações ocorrem sempre aos sábados e domingos, às 15h e 17h, sendo que aos domingos, 17h, a sessão é acessível para surdos, com tradução em Libras. Ingressos no local ou no site.
A poética do espetáculo é motivada por aquela que parece ser uma das primeiras experiências lúdicas e estéticas dos bebês, o jogo entre o “esconder e o revelar”, o cuco, um universo em que a surpresa do começo, da chegada, da primeira vez, transforma a manipulação de objetos do cotidiano em pequenas histórias. O formato arena da montagem possibilita um espaço de acolhimento, interação e descobertas entre os bebês e seus cuidadores. Ambos vivem uma experiência teatral única e inesquecível para toda vida.
O pedagogo Paulo Focchi observa que o bebê se faz público de um modo muito peculiar. “A partir do nosso ponto de vista, os bebês, desde que entram na cena humana, se comunicam, e isso ocorre a partir do olhar, dos gestos, dos balbucios, do choro e dos risos, assim como, do corpo todo que ressoa de diferentes formas, seja movido pelo medo, pela alegria, pela tristeza, pela curiosidade”, comenta.
“Então, para tê-los por perto, descobriu-se a necessidade de aprender a fazer as narrativas também desta forma”, complementa Ballentti. A fim de ampliarem a pesquisa, Mário de Ballentti e Paulo Fochi viajaram até a Itália e a Espanha para assistirem aos espetáculos voltados para bebês e visitar as escolas de educação infantil de Barcelona e da Região Norte da Itália, referenciais na Europa.
Correio do Povo