Tragédias, superação e transgressão marcam a trajetória da cantora e compositora Elza Soares, tema do musical de Vinicius Calderoni, com direção de Duda Maia, que chega a Porto Alegre, no 14° Festival Palco Giratório. As sessões ocorrem no Theatro São Pedro (Praça da Matriz, s/n°) nesta sexta, 21h e no sábado, às 17h e 21h.
Fora de ordem cronológica, o musical mescla sucessos de mais de 60 anos de carreira, como “Se Acaso Você Chegasse”, “Lama”, “Malandro”, e “Cadeira Vazia” com novidades, como “A Mulher do Fim do Mundo” e “A Carne”.
Sete atrizes e uma banda feminina dão vida à artista, filha de uma lavadeira e um operário, que passou fome, se casou aos 12 anos, obrigada pelo pai e aos 13, já era mãe. Após ficar viúva, conheceu o jogador Garrincha, com quem se casou e experimentou a dor da perda de um filho, aos 9 anos.
Apesar da violência doméstica, machismo, racismo e preconceito que enfrentou, venceu na música, com 34 discos gravados e o reconhecimento da emissora londrina BBC, em 1999, com o título da cantora brasileira do milênio.
“Foi uma vida de superação e resignação. É incrível a força e o astral dela, de uma tranquilidade e soberania admiráveis”, diz Khrystal, cuja atuação foi elogiada por Caetano Veloso. A cantora, em sua estreia no teatro, divide o palco com Janamô, Júlia Tizumba, Késia Estácio, Laís Lacôte, Verônica Bonfim e Larissa Luz (convidada).
Vera Pinto