O título faz alusão ao tempo em que o pintor morou na França, com uma obra em destaque que representa esse período. As telas mais recentes se mesclam à técnica street de lambe-lambe, nas paredes coloridas. E o espaço expositivo visa fazer com que o visitante se sinta dentro de uma tela do homenageado. “Para mim é difícil não tentar interpretar as obras do Britto, fico sempre na busca por significados, mesmo que simbólicos. O pássaro, é claro, crítico e robusto, mas parece não ter asas”, afirma Duarte.
Nesta coleção, o estilista teve a liberdade criativa de deslocar as figuras de realismo mágico do artista para suas criações. Ao contrário do título, que se refere ao período em que o pintor produziu figuras escuras sem olhos, falando em microfones, as roupas trazem obras recentes e de diversos períodos, sendo muitas delas com o terceiro olho, que representa a visão interior, conforme o pintor.
No verão de 2012, Régis já havia escolhido Britto em uma linha de vestidos, kafkans e camisetas, com estampas inspiradas nas obras do professor, pintor, gravurista e escultor. A iniciativa fez tanto sucesso, a ponto de o estilista lançar reedições das peças, que se esgotaram no lançamento.
A Mascate abriu há sete anos, misturando arte, fotografia contemporânea, design e moda. Os administradores, Régis e Tiago, deixaram de lado a caixa branca tradicional para apostar no clima "lá em casa".
Correio do Povo