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Correio do Povo convida especialistas a revisitar obra de Quintana

Morte do poeta completa 20 anos na próxima segunda-feira

Correio do Povo convida especialistas a revisitar obra de Quintana | Foto: CP Memória
No dia 5 de maio de 1994, um grande eu lírico deixou de narrar poemas. Um aforista, cronista e tradutor, muitas vezes chamado de ranzinza ou de velhinho mal-humorado, foi ao encontro de sua finitude no plano dos homens. Mario Quintana, que diversas vezes escrevera sobre a morte, como em "Tenho Pena da Morte", publicado em "Caderno H": "Tenho pena da morte - cadela faminta - a que deixamos a carne doente e finalmente os ossos, miseráveis que somos... O resto é indevorável". O alegretense Mario Quintana morreu em Porto Alegre, aos 87 anos. Para marcar a data, o Caderno de Sábado, o suplemento no qual Quintana publicou o "Caderno H", do fim dos anos 1960 até o início dos 1980, convidou alguns especialistas na obra do poeta para tratar mais da sua poética e da sua obra, a despeito do seu cotidiano.

A poesia de Quintana permaneceu indevorável, ou melhor, cada vez mais devorada pelos leitores, tanto que em 2012 a editora Alfaguara passou a republicar a obra do autor de "A Rua dos Cataventos" e "Sapato Florido", sob curadoria de Italo Moriconi. Em maio, sai 'Porta Giratória', de 1998. Ao todo, são 17 volumes, incluindo duas antologias inéditas.

O crítico e poeta Italo Moriconi trilha pela lírica da poética "Quintanar": "Os líricos são os autores dos poemas aprendidos de cor por um povo, por uma comunidade linguística. Quem na nossa tribo não conhece de cor pelo menos um poema de Quintana?". O poeta, crítico de arte e ensaísta Armindo Trevisan envereda pela evolução da poesia de MQ: "É delicado falar em evolução na poesia de Quintana. Sobre tal assunto o poeta foi taxativo. Na introdução ao seu livro "Apontamentos de História Sobrenatural", de 1976, afirmou: "... nunca evoluí. Fui sempre eu mesmo''.

O crítico e doutor em Letras pela PUCRS Antonio Hohlfeldt passeia pelo bosque da premissa de que o poeta fez as pessoas gostarem de poesia: "Raros foram os poetas tão queridos, por gente de todos os tipos e formação literária, quanto ele, o que, convenhamos, é uma fantástica vitória da poesia e do poeta". O poeta e músico Ricardo Silvestrin parte do poema "A Alma e o Baú", de "Apontamentos de História Sobrenatural", para tratar dos pontos de identificação com a poesia de Quintana.

A mestre em Letras, Cultura e Regionalidade pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) Daiane Pedroti Venturin aponta o "Caderno H" como um dos apêndices para o acesso à síntese da poética de Quintana. E a atriz e diretora Deborah Finocchiaro fala da gratidão de poder cenicamente transformar o mundo pela poesia de Quintana. Em Porto Alegre, a data será marcada com atividades a partir de segunda, 5 de maio, na Casa de Cultura Mario Quintana e no Centro Municipal de Cultura. Com essas reflexões, esperamos marcar de forma contumaz as duas décadas de uma saudade lírica pela ausência de Quintana.

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