Bowie e van Hove trabalhavam juntos no musical "Lazarus", que dá nome à última faixa do disco "Blackstar", lançado pelo cantor dois dias antes de sua morte. “Após começarmos a trabalhar, ele me chamou um dia para falar que não conseguiria acompanhar o musical o tempo inteiro por estar doente". A reunião aconteceu há um ano e três meses e foi nesta oportunidade que o músico disse que sofria de câncer no fígado.
Ainda de acordo com o belga, Bowie fez um grande esforço para finalizar o CD e o musical, que hoje está na Broadway. "Vi um homem lutar. Ele lutou como um leão e continuou a trabalhar como um leão ao longo do processo. Tenho um respeito incrível por isso", afirmou.
Além do câncer, Wendy Leigh, que em 2004 escreveu uma biografia de David Bowie, afirmou à BBC News que ele sofria de outros problemas de saúde. "Ele teve seis ataques cardíacos nos últimos anos", disse, explicando ter essa informação de uma pessoa "muito próxima" do músico. "Ele estava muito perto do limite, mas eu acredito que David dirigiu sua vida e sua morte", disse a escritora na entrevista. "Acredito que Iman, por mais trágico que seja para ela, estava se preparando dia a dia, mês a mês, ano a ano para o dia de sua passagem", disse a biógrafa.
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Já o produtor Brian Eno, cujo último trabalho com o legendário músico aconteceu no álbum "Outside", de 1995, disse que o cantor lhe mandou um e-mail uma semana antes da morte e que agora ele percebe que era uma mensagem de despedida. "A morte de David veio como uma surpresa completa, assim como tudo ao seu redor era inesperado. Eu sinto um extremo vazio agora", falou.
Eno comentou que a mensagem era engraçada e mantinha um jogos de palavras e alusões comuns nas mensagens trocadas pelos dois, principalmente nos últimos anos, porque Bowie vivia em Nova Iorque e o produtor em Londres. "Da última vez, ele terminou a frase desse jeito: 'Obrigado por nossos bons momentos, Brian. Eles nunca vão apodrecer'. Agora percebo que ele estava dando adeus".
Correio do Povo