O vocalista Rafa Machado explica que o longo período do grupo sem lançar um trabalho autoral é resultado do sucesso dos dois últimos CDS: Ao Vivo”, de 2007, e “Só para brilhar, de 2010. Por conta da grande aceitação do público, a banda deu sequência a uma série de performances por diversas cidades brasileiras, o que impossibilitou dedicação ao processo de compor. “Foi por um bom motivo. Fazer músicas novas toma muito tempo, foi por isso a demora, já que foram nossas duas maiores turnês”, elucida. O projeto vem para embalar a comunhão das diferenças, com 10 faixas que mantêm o tradicional tom das músicas do grupo, versando sobre amor, paz e igualdade.
A produção de “A Diferença” teve início no ano passado, e a ideia de utilizar um financiamento coletivo, para além da questão financeira, seguiu a marca da Chima de ter a participação do público. “Sempre buscamos incluir a galera nos shows, já fizemos votação pela internet de que músicas as pessoas querem ouvir nas apresentações. Agora, o crowdfunding é algo contemporâneo. A ideia de participar do disco é um jeito mais novo de se encontrar com os fãs”, analisa Rafa. As recompensas para os financiadores foram diversas e incluíram até a participação do grupo em partidas de futebol e pocket show em churrasco.
Uma carreira de companheirismo
Unidos desde 2010, Rafa, Tati, Sander, Diego, Ne^, Vini´cius, Emerson e Rodrigo, planejam lançar o novo álbum em formato físico “em breve” e, para o início do próximo ano, querem gravar um DVD. No momento, a vocalista afirma que eles estão pré-produzindo a obra, pensando nas melhores datas e locais para gravação. Entretanto, o objetivo principal é a divulgação dos nossos hits. Para isso, os shows, a partir de agora, serão divididos em dois atos. No primeiro, as canções inéditas, como o single “Me Leva”, chegam para embalar o público. Já a segunda parte contempla os grandes sucessos dos gaúchos, como “Prece”, “Saber Voar”, “Versos Simples”, “Iemanjá” e “Do Lado de Cá”.
Ao longo da trajetória da Chima, os integrantes sempre conseguiram manter o mesmo espírito harmonioso, apesar de “concordarem em discordar em quase tudo”. Para o vocalista, é evidente a evolução do grupo de oito amigos que tocava viola~o, cantava e tomava chimarra~o pelos parques de Porto Alegre. “A experiência adquirida é imensurável, temos um número expressivo de shows, temos uma maior vivência com o showbuzz. Em essência, as mudanças são estruturais e na forma de fazer músicas”, palpita o cantor. Isso porque as mudanças tecnológicas permitiram que a banda tivesse maior facilidade para criar. “Apenas acompanhamos um processo natural”, completa.
Um dos responsáveis por dar notoriedade à cena reggeira no Rio Grande do Sul ao lado dos companheiros de banda, Rafa acredita que o estilo musical ainda é incipiente no Estado, apesar de ter se desenvolvido nos últimos anos. “Hoje em dia há mais artistas, o que é ótimo para mostrar o trabalho autoral que esse tipo de música propõe. Isso é importante e válido”, elucida. Entretanto, ele acredita que falta espaço para que o alcance do reggae seja maior por aqui, mesmo se tratando, em suas próprias palavras, de um "gênero com amplitude mundial".
Confira a música "Me Leva", primeiro single de "A Diferença":
Eric Raupp