"O processo" dá continuidade às abordagens desenvolvidas pela diretora a partir do sistema judiciário brasileiro na trilogia formada por "Justiça" (2004), "Juízo" (2008) e "Morro dos Prazeres" (2013). Trata-se de um documentário de observação. A cineasta foi para Brasília e captou 450 horas de imagens, sem fazer entrevistas ou intervir nos acontecimentos. Ela e sua equipe circularam pelos corredores do Congresso, gravaram coletivas de imprensa, acompanharam as votações na Câmara dos Deputados e no Senado e presenciaram situações de bastidores. A obra "busca compreender e refletir sobre o atual momento histórico brasileiro através de um processo que revela uma crise estrutural do Estado e do próprio regime democrático".
"Tinta Bruta", com roteiro de Reolon e Matzembache, acompanha história de Pedro (Shico Menegat), um jovem que tenta sobreviver em meio a um processo criminal, à partida da irmã e única amiga e aos olhares que recebe sempre que sai na rua. Sob o codinome GarotoNeon, o jovem se apresenta no escuro do seu quarto para milhares de anônimos ao redor do mundo, pela internet. Com o corpo coberto de tinta, ele realiza performances eróticas na frente da webcam. Ao descobrir que outro rapaz (Bruno Fernandes) de sua cidade está copiando sua técnica, ele decide ir atrás do mesmo. Com produção da Avante Filmes, coprodução da Besouro Filmes e distribuição da Vitrine Filmes, o longa tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros ainda em 2018.
Além dos títulos brasileiros, foram anunciados outros 36 títulos para a seção Panorama. Com isso, o programa completo para a edição da mostra foi finalizado e possui um total de 47 filmes de 40 países, com 37 estreias mundiais. Além dos dois longas nacionais anunciados nesta quinta, as produções e coproduções brasileiras "Aeroporto Central", "Ex-Pajé" e "Bixa Travesty" também marcarão presença neste evento da Berlinale.
Correio do Povo