Nos últimos dois anos, o bailarino, coreógrafo e professor gaúcho Thyago Cunha, juntamente com Mano Amaro, tem realizado uma pesquisa inédita sobre o corpo negro e a história da dança negra gaúcha, em parceria com as professoras Cibele Sastre, da UFRGS, e Sátira Machado, da Unipampa. A pesquisa resultou na produção do espetáculo "20 de novembro – Poemas de Oliveira Silveira", que tem apresentação neste sábado na VI Mostra de Artes Cênicas e Música do Teatro Glênio Peres, na Câmara Municipal de Porto Alegre, às 19h.
O projeto, que começou de forma itinerante e agora sobe aos palcos, é realizado em conjunto com o Híbridus Instituto de Arte e Cultura, entidade que promove projetos culturais em prol da arte, cultura e bem estar. O espetáculo "20 de novembro – Poemas de Oliveira Silveira" reúne dança, poesia, música e artes plásticas, contextualizando o movimento negro no RS, tendo como inspiração 11 poemas do já falecido poeta e líder do movimento Palmares, Oliveira Silveira.
Durante a performance artística, Thyago Cunha divide o palco com o também bailarino Mano Amaro, radicado na Bélgica há muitos anos. Alguns dos poemas de Oliveira Silveira são declamados pela atriz convidada Silvia Duarte e a música fica a cargo de Rodrigo Rodrigues, com participação especial de outros artistas negros. E ao longo de toda a apresentação, o artista plástico Paulo Correa vai transformando em quadro o que acontece. A obra de arte é posteriormente doada para captação de recursos para outros projetos culturais.
Conforme informa a equipe do espetáculo, Thyago Cunha, proponente deste projeto, é negro, formado em dança, profissional da dança com mais de 25 anos de experiência. Em sua trajetória profissional, passou a questionar as referências culturais interiorizadas em seu corpo e mente relacionadas à cultura negra. E percebeu que faltava bibliografia e materiais de pesquisa acadêmica e empírica sobre o tema.
O espetáculo que é fruto dessa pesquisa é uma tentativa de mudança no paradigma sobre a arte e a história, mitologia, simbologia e cultura. O resultado é uma experiência artística diferenciada, ousada, inovadora e com equipe técnica de grande gabarito (com composições musicais, criação de tela e coreografias exclusivas para o espetáculo), e que contribui para a democratização da cultura e conscientização das futuras gerações.
SERViÇO:
Quando: 3 de dezembro – 19h
Onde: Teatro Glênio Peres da Câmara Municipal (Av. Loureiro da Silva, 255 - Centro Histórico), Porto Alegre.
Entrada franca – ingressos poderão ser retirados na secretaria do teatro, na hora, caso ainda haja vagas disponíveis.
Classificação Livre
Correio do Povo