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Especial

Faço filmes para falar das mulheres, diz Isabelle Huppert, a femme fatale do cinema

Acostumada a interpretar personagens fortes, atriz disse na Berlinale que denúncias de assédio na indústria demoraram a surgir

Atriz afirmou ter "simpatia e esperança" pelo movimento #MeToo | Foto: Stefanie Loos / AFP / CP
Um dos principais nomes do cinema mundial, com mais de cem filmes no currículo nos quais viveu mulheres fortes e ambiciosas, a atriz francesa Isabelle Huppert demonstrou seu apoio neste sábado às mulheres vítimas de abuso e assédio sexual. No Festival de Berlim para divulgar seu mais recente longa, "Eva", a icônica artista falou especificamente sobre o escândalo na indústria fílmica, sem citar nomes. "Levou muito tempo para que tudo isso fosse dito", resumiu a estrela em coletiva de imprensa.

"É também por isso que estou fazendo cinema, para falar de mulheres de uma certa maneira. Eu pessoalmente estou muito feliz de que certas coisas tenham sido trazidas à tona - para o bem, eu espero", disse a atriz, que afirmou ter "simpatia e esperança" pelo movimento #MeToo. Em "Eva" de seu compatriota Benoît Jacquot, em competição na Berlinale, ela interpreta uma prostituta que entra na vida do dramaturgo Bertrand Valade, vivido por Gaspard Ulliel, que a abriga depois de uma tempestade. A obra é uma adaptação do livro James Hadley Chase, já trabalhado nas telas por Joseph Losey em 1962, com Jeanne Moreau.

Jacquot oferece um papel de femme fatale a Isabelle Huppert, uma de suas atrizes favoritas. Os dois amigos estão em sua sexta colaboração, depois de filmes como "Escola da Carne" ou "Villa Amalia". No filme, "Eva se mostrará fatal para Bertrand, mas não é de propósito", disse a atriz, explicando que ela tem vários comportamentos; "Às vezes uma prostituta perigosa e atormentada, às vezes uma burguesa provinciana".

Um papel forte que evoca, de certa forma, seu personagem na "Elle", de Paul Verhoeven, pelo qual foi eleita, em 2017, a melhor atriz no Prêmio César, no Globo de Ouro e pelo qual concorreu ao Oscar. "Sim, há algo em comum: uma certa solidão, um lado afiado à primeira vista, a vontade de nunca ser considerada uma vítima, um controle aparente. É óbvio que, por trás dessa fachada, há algo mais", explicou.

Para o cineasta, "esta Eva é como uma bofetada de vida", uma reinvenção do que se conhece sobre a figura feminina. Adaptando a obra, ele introduziu uma diferença de idade entre os dois personagens principais. "Eu estava interessado em inverter a figura habitual da menina com um homem que, na idade de ser seu pai, cruzou uma figura trágica do mundo: um homem que encontra uma mulher quase fatal que poderia ter a idade de sua mãe".

AFP e Correio do Povo