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Especial

Filme gaúcho na 'Marché du Film'

‘Casa Vazia’ participa de mostra destinada ao mercado cinematográfico no Festival de Cannes

Hugo Noguera atua no filme 'Casa Vazia' | Foto: Panda Filmes / Divulgação / CP

A equipe do filme “Casa Vazia”, primeira obra do diretor gaúcho Giovani Borba, 36 anos, na direção e no roteiro de um longa-metragem, comemora a participação que faz na mostra “Goes to Cannes Marché du Film”, evento paralelo ao Festival Internacional de Cinema de Cannes (França), que ocorre de 6 a 17 de julho. A mostra paralela de que o título gaúcho participa é voltada ao mercado exibidor e é uma ótima oportunidade para qualquer produção atrair distribuidores. 
O filme apresenta a figura do gaúcho contemporâneo longe da idealização. O protagonista é um peão desempregado que mora na região do Pampa. “A transformação do campo é um foco do filme. Eu quis olhar o trabalhador que ficou de lado por não se adaptar à tecnologia, que se vê sem perspectiva, podendo sofrer com casos de alcoolismo e depressão”. O gaúcho pobre que é afetado pelas mudanças do mundo é o centro da narrativa. Borba conta ainda que a literatura foi uma fonte de inspiração na criação desta história, ainda que não diretamente, citando a “Trilogia do Gaúcho a Pé”, de Cyro Martins.
As locações ocorreram na região da fronteira com o Uruguai, entre Santana do Livramento e Rivera. Outra opção que marca a produção, assinada por Tatiana Sager (“Central – O Filme”, de 2017), é a escolha de não atores para estar em cena. Neste caso, está o protagonista, Raul, interpretado por Hugo Noguera, selecionado por meio de um teste. “Eu tinha essa vontade de trabalhar com pessoas da região”, explica o diretor. “Passei um período de pesquisa no local e conheci o Hugo Noguera. É uma figura simples e carismática”, conta Borba. Desta forma, Noguera e outros moradores da área atuam na trama, ao lado de profissionais, como Araci Esteves, Liane Venturella, Nelson Diniz e Roberto Oliveira. 
Os enquadramentos do protagonista em meio ao Pampa parecem enfatizar a solidão que Raul sente, acentuando a melancolia de alguém que não encontra mais seu “lugar” no mundo. A questão do abigeato é outra que ganha abordagem no filme. O resultado é uma linguagem híbrida entre a ficção e o gênero documental. 
Ainda não há previsão de estreia, pois o filme está em finalização. “Participar de festivais é uma grande vitrine. Por isso, antes de o filme estrear nos cinemas, pretendemos ainda levá-lo a outros festivais”, diz Borba. 
A seleção para o evento em Cannes ocorreu após “Casa Vazia” ter participado do Festival Internacional de Cinema de Santiago (Sanfic 2020). “Estamos felizes com esta oportunidade de prestígio”, diz o diretor, que vai participar do evento de forma on-line.
O longa-metragem participou também de quatro eventos para desenvolvimento de projetos: MAFIZ (Malaga Festival Industry Zone), na Espanha, 7th International Coproduction Meeting (Brasil Cinemundi), em Minas Gerais, Talent Campus do BAFICI (Buenos Aires Internacional Festival of Independent Cinema), na Argentina, e Taller Andino do IBERMEDIA. A aclamada revista norte-americana Variety assistiu à edição ainda não finalizada e classificou o filme com neo-western. “É interessante vermos como quem é de fora olha para nossa produção”, observou Borba. 

Adriana Androvandi