person Entrar

Capa

Notíciasarrow_rightarrow_drop_down

Esportesarrow_rightarrow_drop_down

Arte & Agendaarrow_rightarrow_drop_down

Blogsarrow_rightarrow_drop_down

Jornal com Tecnologia

Viva Bemarrow_rightarrow_drop_down

Verão

Especial

Flávio Migliaccio recebe Troféu Oscarito em Gramado

Distinção ao ator de 79 anos foi entregue nesta terça-feira no Palácio dos Festivais

Distinção ao ator de 79 anos foi entregue nesta terça-feira no Palácio dos Festivais | Foto: Halder Ramos/Especial CP
Aos 79 anos, o ator Flávio Migliaccio recebeu, na noite desta terça-feira, o Troféu Oscarito no Festival de Gramado. Com mais de 60 filmes em seu currículo, ele começou a carreira em 1958, com teatro amador. Revisitando as seis décadas de carreira, ele disse que acredita ter contribuído para que um estilo mais realista de atuação se firmasse no Brasil. “Quando comecei a atuar, era comum um estilo mais europeu e pomposo de interpretar”, relembrou.

"Quando eu tinha 10 anos e estava num grupo escolar, me perguntaram o que eu queria ser e eu disse que queria ser o Oscarito. Eu nao consegui ser o Oscarito, mas tive a mesma profissao que ele", destacou. "Hoje estou ganhando o troféu Oscarito. É uma coisa mágica, e isso basta", avaliou o premiado.

Em 1959, quando entrou para o Teatro de Arena, em São Paulo, ele relatou que seu grupo procurou um jeito mais “brasileiro” de atuar, de maneira mais simples. Ele comentou que, nos anos 60, todas as áreas artísticas estavam em busca de uma identidade brasileira e que nas artes dramáticas isso não foi diferente. ”Comecei a carreira por acaso”, contou. Após ser expulso de um colégio interno em que ele estudou para ser padre, não sabia o que ia fazer da vida. Certo dia, viu um palco nos fundos de uma igreja, pediu para fazer um papel e conseguiu. Três anos depois, estava no Teatro de Arena, e daí pulou para o cinema e a TV.

Sobre seu trânsito entre gêneros como a comédia e o drama, ele diz que traz isso do cinema neorrealista italiano, o qual admira. “Sempre gostei muito porque misturava a comédia e o drama. Estava tudo junto ali. E gosto disso”, comentou. Sua veia cômica para ele é uma dádiva e ele acredita que o bom humor veio da família. “Minha mãe teve 17 filhos. Se a gente não brincasse, não ia aguentar. Meu pai brincava mesmo quando a gente passava fome”, revelou.

Entre seus próximos projetos, ele está escrevendo uma peça teatral que se chamará “Confissões de um Senhor de Idade”. Suas reflexões sugerem que o ser humano ainda não soube se organizar bem para viver em sociedade.

Sobre a carreira, ele comentou que não gosta do endeusamento para com o artista. “O ator é um trabalhador como outro qualquer. Gosto de fazer as pessoas rirem. Mas faço isso porque é o que de melhor sei fazer”, definiu. Apesar de deixar claro que não gosta de que lhe tratem com deslumbramento, disse que o reconhecimento e o carinho que recebeu em Gramado muito lhe emocionaram.


Bookmark and Share

Adriana Androvandi/Correio do Povo