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Verão

Especial

Francisco, El Hombre faz ode ao amor e à catarse no Opinião

Banda apresentou o disco “Rasgacabeza” na festa Acabou Chorare

Grupo vestia camiseta que dizia "educar e resistir". Na foto, o vocalista Mateo Piracés-Ugarte | Foto: Alexandra Silveira/Divulgação/CP

“É preciso ter a força de um punk e o amor de um hippie”, disse o baixista Rafael Gomes durante a apresentação da banda Francisco, El Hombre neste sábado, no Bar Opinião. A frase canaliza bem o que aconteceu durante aquela noite: a energia das rodas punks que envolviam o público em frente ao palco se misturava com o calor dos abraços e um ode ao amor como ferramenta de resistência. 

“No momento em que tocamos a primeira nota, o público gaúcho parece estar expurgando algo”, afirmou o vocalista Mateo Piracés-Ugarte antes do show. Era verdade. Com músicas como “Calor da Rua”, “Tá Com Dólar, Tá Com Deus” e a mais recente, “Matilha: Coleira ou Cólera” a banda levou o público à catarse. Na última, inclusive, se canta que a matilha faz o chão tremer – e fez mesmo.

Os músicos Sebastián e Mateo Piracés-Ugarte, Juliana Strassacapa, Andrei Martinez Kozyreff, Rafael Gomes chegaram ao palco energéticos, vestindo camisetas que fazem referência ao verde-amarelo da Seleção Brasileira, mas estilizadas: atrás, estavam estampadas as palavras “educar e resistir”. Os gritos de protesto eram uma constante durante o show. A banda vê na música, na arte e na cultura uma expressão política.

No novo álbum, os artistas conceberam músicas que guiam o público no extravasar de sentimentos, em danças coreografadas e num abrir e fechar de rodas que leva todos ao delírio e ao suor. 

Formada em 2013, em Campinas, pelos irmãos mexicanos Sebastián e Mateo, a banda costuma vir para Porto Alegre desde sua concepção. Mateo me conta que, lá no início, eles traçaram um caminho que ia de São Paulo ao Chile, passando pelo Sul do país. E Porto Alegre, Pelotas e a Serra Gaúcha se tornaram espaços comuns para o grupo. “Aqui a gente se sente em casa, antes de mais nada”, revelou o vocalista sobre a relação com o Rio Grande do Sul. “Na época, olhávamos para o Opinião e pensávamos ‘um dia vamos tocar aqui.” Desde então, já se foram algumas apresentações no Opinião, e também no país e na América Latina.

Francisco, El Hombre tem sido uma representação de uma nova fase da música brasileira, ora alternativa, ora mainstream – eles já estiveram em festivais como Rock in Rio e Lollapalooza, além de terem emplacado a música “Triste, Louca ou Má” como trilha de novela. Aliás, o momento do show em que Juliana Strassacapa canta “Triste, Louca ou Má” costuma virar uma performance à parte. Com um peso energético diferente, deixamos o expurgo e partimos para uma conexão sensível. A letra, que trata da libertação de uma mulher que rejeita receitas culturais, recebe um colo da cantora que, com voz doce – sem deixar de ser forte – afirma que “um homem não te define, sua casa não te define, você é seu próprio lar”.

Com a Francisco, El Hombre o amor e a catarse são complementares.

*Sob supervisão de Luiz Gonzaga Lopes

Caroline Grüne