Pioneiro do movimento hip hop no Brasil, também com uma trajetória de sucesso no mundo da literatura e do ativismo social, Gabriel O Pensador ainda vai prestar uma homenagem a Jorge Ben Jor, com a sua versão de “Surfista Solitário”, e relembrar o público gaúcho daqueles hits que muito tocaram na rádio e viraram febre na programação televisiva nos anos 90, como “2345meia78”, “Cachimbo da Paz” e “Até Quando”. Ele iniciou a sua trajetória em 1992, ao lançar uma fita K7 com a música “Tô Feliz (Matei o Presidente)”. Por causa do engajamento político e social dessa faixa, o cantor rapidamente se tornou um grande sucesso nas rádios do Brasil, num momento em que o país passava pelo processo de impeachment de Collor.
Ao longo dos últimos 25 anos, o artista gravou outros sete discos e viu a sua música atingir uma infinidade de pessoas, em todo o mundo. Depois do autointitulado “Gabriel o Pensador”, o cantor colocou nas lojas o álbum “Ainda É só o Começo”, em 1995, e o clássico “Quebra-Cabeça”, em 1997. Os dois trabalhos, lançados simultaneamente em Portugal e também no mercado norte-americano, venderam mais de um milhão de cópias cada e deixaram o rapper ainda mais em evidência por aqui. O sucesso se manteve com “Nádegas a Declarar”, de 1999; “Seja Você Mesmo (Mas Não Seja Sempre o Mesmo)”, lançado em 2001; e com o seu último trabalho distribuído pela Sony, “Cavaleiro Andante”, de 2005.
Além dos livros e da música, Gabriel O Pensador também é reconhecidamente um ativista social, a frente de projetos como o Pensador Futebol, que investe em jovens jogadores que querem se tornar profissionais do esporte. Ao lado do ex-craque português Luís Figo e do técnico Luiz Felipe Scolari, o cantor comanda também o Dream Football, uma rede virtual que dá oportunidades para que talentos vindos da várzea e das periferias possam ganhar visibilidade para serem contratados por times do exterior. Já o projeto Pensando Junto, igualmente idealizado pelo rapper, atende crianças carentes da favela da Rocinha.
Correio do Povo