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Verão

Especial

Inspirado em clássico grego, "BAKAS" tem sessões em Porto Alegre até sexta

Montagem baseada em texto de Eurípedes será apresentada na casa no Museu do Trabalho

Elenco é composto por 18 alunos do Curso Profissionalizante de Formação de Atores da instituição | Foto: Victória Sanguiné / Divulgação / CP
O espetáculo teatral "BAKAS", baseado no clássico grego "As Bacantes", de Eurípedes, tem na quinta e sexta-feira, no Museu do Trabalho (Rua dos Andradas, 230), em Porto Alegre. Dirigida por Zé Adão Barbosa e Larissa Sanguiné, a obra faz uma releitura sobre a tragédia, desconstruindo as convenções de encenação tradicionais. As apresentações, que são estreladas por 18 estudantes do Curso Profissionalizante de Formação de Atores da instituição, ocorrem sempre às 21h e os ingressos custam R$ 25.

O trabalho em questão se refere a Dionísio, deus das artes e do teatro, e busca traçar relações com a contemporaneidade sobre a arte sendo julgada, policiada e rechaçada por preconceitos diversos. Para tanto, revisita o mito grego que conta a desforra deste deus, indignado com as irmãs de sua mãe, Sêmele, as quais não acreditavam que ela, seduzida por Zeus, o tivesse gerado. Dionísio então força o delírio das filhas de Cadmo, que de espírito enlouquecido, habitam na montanha. Penteu, filho de Ágave, uma das irmãs de Sêmele, e rei de Tebas, recusa-se a venerar o deus, e manifesta publicamente a sua indignação com as cerimônias.

A busca de uma linguagem que transita entre a criação de personagens e a unidade do coro promove releituras com dinâmicas de encenação contemporâneas, como a cenografia, que desenha níveis pelo espaço, quebrando a convenção entre palco e plateia, permitindo ambientes que se relacionam com o imaginário das bacanais e das acrópoles gregas. A trilha sonora dialoga com a ideia de festas tribais e míticas, buscando referências no carnaval, Tropicália e Madonna. Contudo, a sonoridade da peça também se dá em ambientações, a partir de elementos da cenografia que permitem criar atmosferas de tensão e suspensão, com ruídos que surgem de nichos diversos.

Em cena, os atores exercitam uma investigação de construção de personagens, buscando transposições de situações trágicas para a contemporaneidade, articulando em funções múltiplas na dramaturgia da encenação. O elenco se desafia a encontrar caminhos subjetivos para tocar elementos trágicos e do estado dionisíaco, que diz respeito ao acontecimento teatral, investigando outras relações através da dança, do canto e do texto.

Correio do Povo