Uma fonte que pediu para ter a identidade preservada declarou que os investidores descobriram um passivo de 64 milhões de dólares, que não tinha sido revelado antes. A compra era negociada pelo montante de 500 milhões de dólares, segundo a imprensa local. "Ficaríamos decepcionados se as partes não conseguirem resolver suas denúncias e fechar o acordo", destacou uma porta-voz da promotoria do estado de Nova Iorque. Uma declaração que dá a entender que talvez este não tenha sido o fim definitivo das negociações.
Essa foi a última reviravolta da longa saga sobre o futuro do estúdio de produção localizado em Nova Iorque, que está à beira da falência desde que estourou, em outubro, o escândalo de denúncias de agressão sexual contra seu fundador, Harvey Weinstein. Mais de cem mulheres acusam Weinstein de assédio, abuso sexual e estupro ao longo de 40 anos.
Contudo, Contreras Sweet não descarta futuras tentativas de criar uma nova empresa a partir das cinzas deixadas por Weinstein. "Acho que nossa visão para criar um estúdio de gravação liderado por mulheres ainda é o curso de ação correto. Para isso, consideraremos adquirir ativos que possam ficar disponíveis em uma eventual falência, bem como outras oportunidades que estejam disponíveis na indústria do entretenimento", apontou.
Em 1 de março, Contreras Sweet, que dirigiu a Secretaria de Pequenas e Médias Empresas no governo de Barack Obama, anunciou um acordo para comprar os ativos da produtora e lançar uma nova empresa. Dias antes, a The Weinstein Company tinha anunciado que declararia a falência, porque o consórcio de investidores não aceitou cumprir algumas exigências.
O procurador do estado de Nova Iorque, Eric Schneiderman, bloqueou no início de fevereiro um primeiro projeto de reativação de Contreras-Sweet, com o argumento de que os fundos previstos para indenizar as vítimas de abuso sexual por parte de Weinstein eram insuficientes. Weinstein foi demitido do cargo de diretor da companhia após a revelação do escândalo, e depois renunciou ao conselho de administração.
AFP