Van Jones, da CNN, abre a produção, descrita com "Capítulo 1", contando como descobriu que havia pessoas que eram convidadas para a casa dos professores e recebiam tratamento especial. “Eu ia pra aula, fazia meu trabalho, entregava os trabalhos, participava da aula. E há todo um outro mundo social acontecendo, onde os professores escolhiam alunos e indicavam eles pra Suprema Corte. Eu era só um cara negro da escola pública, eu nem sabia que isso era possível. Esse tipo de coisa são grandes desvantagens enquanto você cresce, é o jeito silencioso que o racismo acontece. Não é a maneira que eles falam com você, são as coisas que eles nem te contam que está acontecendo”, explica.
Na sequência, Jay Z fala que "nós tendemos, como negros, porque nunca tivemos nada, o que é compreensível, chegar a um lugar e nos separar da cultura". "Como o O.J. chegaria em um local que ele gosta e diria 'eu não sou negro, eu sou O.J.'. Como Tiger Woods pensava estar acima da cultura. Essa mesma pessoa, quando ele está jogando golfe muito bem, está protegida. Quando você não está jogando, eles vão postar fotos de você dirigindo bêbado e envegonhar você. Esse mundo vai engoli-lo e depois cuspi-lo", continua.
Chris Rock diz que vai sofrer racismo até o último dia de sua vida e conta a história de uma menina que vivia na Carolina do Sul e teve que ir ao veterinário para receber tratamento dentário. "Eles não permitiam que os negros fossem ao dentista. Então, todos os negros da cidade tinham os dentes arrancados pelo veterinário", conta. "A fama é o maior dom que Deus pode dar a um negro", completa. Já Will Smith diz que "sabia muito jovem que, se eu pensasse em mim mesmo menos do que em outro alguém, eu iria construir uma vida que fosse menos importante".
Trevor Noah, apresentador do "The Daily Show", disse: “O sucesso ainda é de muitas maneiras sinônimo de ‘branco’. E então, uma vez que você se torna bem-sucedido, sendo homem negro, você recebe essa chave que te dá acesso ao mundo dos brancos”. Jay Z comenta que, no entanto, nunca teve um complexo de inferioridade. "Eu sempre tive uma sensação de quem eu sou. De minha mãe, eu tinha uma forte crença no meu talento, então eu não me dobrei a ninguém", finaliza.
Correio do Povo