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Especial

"Lady Bird: É Hora de Voar" retrata a construção sincera de uma geração

Longa marca estreia de Greta Gerwig na direção

Saiorse Ronan interpreta Lady Bird | Foto: Divulgação / Universal Pictures / CP
"Lady Bird: É Hora de Voar" pode ser definido com a frase que é dita por um dos personagens mais queridos da história. Padre Leviatch (Stephen Henderson) abre a cena ensinando para uma turma de estudantes que “Não importa estar certo, só importa ser verdadeiro” e esta é a maior essência do longa de estreia da agora então diretora, Greta Gerwig. 
O filme não poderia ser mais sincero em como retratar esta fase tão intensamente complicada de uma adolescente que vive longe do agito e cultura de uma cidade grande e, o que não falta para Christine “Lady Bird” McPherson (Saiorse Ronan) é vontade de viver. Logo quando conhecemos a protagonista, outro personagem também é introduzido com a mesma chama nos olhos.

Se trata de Marion (Laurie Metcalf), a mãe da Lady Bird que é praticamente uma versão mais ácida e sincera da própria filha. E aos poucos, vamos conhecendo a rotina da garota que está no último ano do Ensino Médio e logo pretende dar o grande passo para a vida adulta. Mas claro, tudo do seu jeito, se não, não é do jeito certo.

Como uma jovem que viveu boa parte do que Lady Bird exibiu em cena, é incrível como algo tão simples pode ser universal. Assistir o longa foi como reviver vários diários escritos ao longo de todos estes anos. A diretora Greta Gerwig acertou em como contar tanto em tão pouco tempo e nada do que é apresentado em cena é gratuito. A costura entre os personagens e as situações recheiam o longa com riqueza e espontaneidade de uma família de classe média baixa que não esconde os seus problemas.

Greta apresentou um talento incrível também com timing perfeito para manter o ritmo com altos e baixos da protagonista com quem nos conectamos facilmente. "Lady Bird" se encaixaria perfeitamente como um antecessor de "Frances Ha" (2012), longa que a própria Greta estrela, já que não deixa de ser um retrato do fim de uma fase se interligando com o desenrolar com as responsabilidades da vida adulta.

Elenco faz filme funcionar

A outra parcela de "Lady Bird" que faz o filme funcionar tão perfeitamente é em função do elenco maravilhoso. Saiorse Ronan mostra, mais uma vez, o seu talento neste longa que foge do romantismo visto em Brooklyn (2016) e O Grande Hotel Budapeste (2014), e comprova a sua versatilidade com esta adolescente cheia de hormônios e opiniões para serem ditas. A atriz possui carisma necessário para criar empatia com público e a sinceridade da juventude para interpretar esta jovem que está construindo o seu futuro e sua identidade. 


Laurie Metcalf é outra que surpreende com a tamanha identificação que percebemos quando ela age exatamente como nossas mães em momentos extremos. O papel de Marion é tão intenso quanto da própria Lady Bird. Mesmo com poucos recursos, a atriz imprime este amor maternal briguento e carinhoso. E a união das duas em cena expressa o quanto amor existe entre mãe e filha, mas devido a disputa destas duas personalidades fortes, é inevitável que cada uma precise do seu espaço para refletir o quanto uma é importante para a outra. Outra sacada de gênio de Greta em unir estes elementos que são tão fundamentais na vida de uma menina.

O filme retrata uma geração que cresceu com o privilégio de poder escolher o seu futuro, a sua profissão e o modo como quer ser chamado, praticamente. Lady Bird não tem medo de errar ou falar o que pensa, pois cada atitude é um reflexo da sua inocência e do quanto quer aprender sobre a vida. Então nunca fez tanto sentido de que não existe o certo ou errado, mas ser verdadeiro consigo mesmo. A verdade é que Lady Bird expressa o desejo de conquistar o mundo que todo mundo, um dia, já teve. Principalmente quando chega aquela fase da vida em que a liberdade está logo ali nos chamando para voar. E assim como Christine, sabemos exatamente a hora de voar para descobrir o nosso lugar no mundo.

Confira o trailer:




Lou Cardoso