O legado do médico e escritor Moacyr Scliar na saúde pública será lembrado e celebrado em um debate online nesta terça-feira, às 20h, na página do Facebook dedicada à vida e à obra do autor gaúcho. A data escolhida foi justamente no dia do aniversário de Scliar, dia 23 de março, quando completaria 84 anos.
O encontro online “Scliar: o médico, o escritor e o humanista” terá a mediação do jornalista Túlio Milman e contará com a participação dos médicos Flávio Kanter, Germano Bonow e J.J. Camargo, além de uma introdução do jornalista Gabriel Oliven.
Um dos autores brasileiros mais lidos no exterior, Scliar escreveu mais de 80 livros, sendo 21 dedicados à área médica, entre eles, “Saturno nos Trópicos” e “A Paixão Transformada”, além de três títulos em homenagem a Oswaldo Cruz, médico que o autor admirava. Os primeiros textos médicos foram publicados ainda nos tempos de estudante, entre o final dos anos 1950 e o início dos anos 1960, quando cursava medicina na Ufrgs e colaborava com “O Bisturi”, o jornal do Centro Acadêmico Sarmento Leite.
Dos movimentos pela reforma universitária e pela conclusão das obras do Hospital de Clínicas ao doutorado na Escola Nacional de Saúde Pública, Moacyr viajou para países como Japão, Estados Unidos e Israel com o objetivo de estudar, vivenciar e palestrar sobre saúde pública e epidemiologia. No Rio Grande do Sul, esteve junto de incontáveis pacientes no Sanatório Partenon, na Santa Casa de Porto Alegre, na Secretaria de Saúde do Estado, no Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU) e no Lar dos Velhos da Comunidade Judaica.
Em 1964, ele recebeu o convite para ministrar a disciplina de Medicina Interna da Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre, assumindo também a chefia do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Ciências da Saúde. Para J.J. Camargo, Scliar era “profundamente preocupado com a saúde pública e com importantes contribuições neste campo, emprestando-lhe inteligência, dedicação e entusiasmo, virtudes reconhecidas por seus parceiros de trabalho”.
Correio do Povo