Neste drama, dois homens vivem em um apartamento. O mais jovem, Élvio (João Miguel), é um misto de assistente, secretário e enfermeiro do mais velho, Eric, 76 anos (Bernardet). Conflitos e ironia mostram que ambos não se suportam mais. Em um cenário no qual o mundo lá fora parece não existir, sobram provocações. O tempo está imobilizado, suspenso e o tédio media a relação entre eles. Parecem estar apenas à espera da morte. Até que, subitamente, surge um estranho objeto na sala do apartamento, um periscópio. Tudo se modifica. O ciclo repetitivo dos dias se quebra de forma abrupta. Num primeiro momento, o susto. Depois, a fruição. Alguém no mundo se interessa por suas vidas miseráveis. Eles começam a encenar, cantar e dançar para o periscópio.
Jean-Claude Bernardet é um consagrado teórico de cinema, crítico e escritor com diversos livros publicados sobre o tema. Recentemente tem atuado como ator, tanto em curtas como em longas-metragens brasileiros. Ele já havia atuado em um filme anterior de Kiko Goifman, “Filmefobia” (2009).
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Correio do Povo