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Verão

Especial

Luiz Carlos Borges celebra 55 anos de carreira com shows em Porto Alegre

Gaiteiro mais eclético do RS se apresenta neste sábado e domingo, no Theatro São Pedro

Luiz Carlos Borges será acompanhado por seu acordeon Scandalli e mais cinco músicos | Foto: Andressa Camargo / Divulgação / CP
Neste sábado e domingo, respectivamente às 21h e 18h, o gaiteiro, cantor e compositor Luiz Carlos Borges, 64 anos, leva ao palco do Theatro São Pedro (Praça da Matriz, s/nº) o espetáculo "Luiz Carlos Borges in Concert". Nas apresentações, ele é acompanhado pelos músicos Cristian Sperandir (teclado), Ricardo Arenhaldt (bateria), Rodrigo Maia (contrabaixo), Roger Torres (guitarra) e Yuri Menezes (violão). O repertório 100% autoral apresentará um resgate de toda sua obra, utilizando-se da sonoridade da voz, do violão e de seu instrumento preferido, o acordeon, com destaque para as canções que integram o álbum duplo "DOSEDUPLA", que será lançado nos dois dias de show. Os ingressos, com valores entre R$ 35,00 e R$ 80,00, estão sendo vendidos na bilheteria do teatro e pelo site.

Segundo Borges, a proposta do espetáculo é proporcionar ao público uma visão geral de sua obra, além de apresentar um apanhado de 55 anos de carreira, um mosaico de variados ritmos e influências musicais, como Pedro Raimundo, Ernesto Montiel, Luiz Gonzaga, Cuchi Leguizamon, Chiquinho do Acordeom, Adelar Bertussi, Albino Manique, Raul Barboza, entre outros. "O repertório é grande. São 18 canções escolhidas a dedo, entre canções antigas, mas principalmente algumas que estavam escondidas, que não apareciam nos programas de rádios e TVs", destaca Borges.

Dos dois CDs de "DOSEDUPLA, o disco 1 traz 11 composições de diferentes períodos da trajetória do artista, como a vencedora da 8º edição do Festival da Música Crioula de Santiago (década de 1980), "A Copla de Assoviar Solito" - que também estará no repertório do show, além de "Romance na Tafona", "Sob a Aba do Chapéu" e "Luizinho". O disco 2 é ainda inédito no Brasil, gravado e lançado em 1992 na Suíça, "Gaucho Rider". "Este foi um disco gravado em Zurique, em 1992, com o Grupo Alma, formado por Alegre Corrêa (Guitarra elétrica, berimbau e vocais), Gringo Sagiorato (Baixo elétrico e vocais), Fernando Paiva (Bateria) e Claudio “Fraze” Rodrigues (Percussão). O grande lance do disco é que se passaram 25 anos e ele ficou muito atual. Tem vanerão metaleiro, chamamé na fusão com o blues. A gente experimentava, mas tinha o pé na raiz", lembra Borges.

Sobre o fato de ser considerado um gaiteiro eclético, que pode tocar de baião a chamamé, de vanera a jazz, Borges lembra que continua pensando com esta diversidade de gêneros. Eu sigo com esta inquietude, mas hoje estou mais na calmaria, não busco tanto a velocidade, os fraseados exibicionistas. Aquela foi uma aventura na qual eu aprendi muito sobre a execução das canções sem ter que virar jazzista e eles também aprenderam algumas coisas comigo", observa. Destaque para músicas como "Vanerão Metaleiro", "Forró Vienense", "Suíte para Tio Albino" e "Pega na Sanfona".

No show, Borges interpretará várias canções desta coletânea e outras que também marcaram momentos importantes na sua trajetória, como "Lições de Rio" e "Tristeza Chamamecera", além de canções inéditas e um pot pourri de choros de sua autoria. "Em 'Lições de Rio', o arranjo é uma fusão do chamamé com blues. Vamos ter uma coisas fortes. Queremos que a plateia exploda com a música, no bom sentido", revela Borges, que não dispensa elogios a cada um do seu sexteto. "O Yuri Menezes é aquele violão base para acompanhar o acordeon. É um basista de primeira, que sempre me acompanha e missioneiro como eu; o Rodrigo Maia toca baixo como gente grande, tem uma bela métrica e ritmo e canta comigo; o Ricardo Arenhaldt já tinha tocado comigo nos anos 1990 e parece que tem pluma nas mãos; o Cristian Sperandir tocou teclado no show e DVD de 50 anos, em 2012, ele toca muito com os grupos que acompanha e com Os Sperandires; e o Roger Torres foi uma grata surpresa, é de São Nicolau, filho do violeiro e poeta Telmo Torres. Ele pega o repertório e mastiga, é professor de guitarra em Curitiba, faz arranjos, enfim, um músico completo". 

Para finalizar, Borges fala do songbook "A Alma Atada na Gaita", com textos de Vinicius Brum e a história de Borges, fotografias, discografia e partituras. "Está sendo a menina dos olhos do gaiteiro. Me sinto realizado com este livro. Todo o músico quer ter uma maneira de garantir a sua continuidade, senão tudo acaba se perdendo com o tempo. A música regional aqui no Sul não tem tantos registros escritos. É uma forma de contribuir para esta história. Quanto às partituras, muitas pessoas me pediam para mandar a música e eu ainda não tinha ela escrita em partitura. Assim, peguei as que eu tinha, fizemos a transcrição de outras e tenho partituras de minhas músicas neste songbook", finaliza.

Luiz Gonzaga Lopes