Entre os trabalhos mais recentes de Maristela estão curiosas montagens fotográficas em impressão digital. A artista, no entanto, é reconhecida por sua pesquisa calcada nos processos da gravura, sobretudo da gravura em metal, e o que é mostrado são fotografias justapostas, formando uma estrutura de grade. Esses trabalhos, desenvolvidos ao longo de 2012, apresentam temas e elementos que pautam a poética de Maristela, como fragmentos arquitetônicos, postes, luminárias e paredões evidenciando os cruzamentos de linhas e planos no espaço.
Fotografia e gravura andam juntas em “Terramarear”, composta por 120 trabalhos. Das gravuras em metal dos anos 1980, pautadas em fotografias de familiares e amigos em momentos de lazer no litoral; passando pela série “Viagem de rio” (1993), decorrente de um percurso de dez dias ao longo do Rio São Francisco; chegando às cenas de hangares, cais, construções monumentais, silenciosas e abandonadas em cidades visitadas pela artista.
Num diálogo com a paisagem, natural ou construída, figuras humanas foram retiradas, ruídos urbanos, excluídos, permanecendo a arquitetura, com seus planos e linhas. “Terramarear é um neologismo resultante da justaposição de palavras, remetendo ao universo da mostra e aos recursos construtivos da obra de Maristela.
Correio do Povo