“A Casa de Bernarda Alba”, de 1936, é a última peça- e a terceira da trilogia de dramas folclóricos - de García Lorca. É também seu único texto de teatro escrito em prosa, no qual o autor recorre ao simbolismo para realizar uma nova investida. O espetáculo que se inicia com a morte e encontra seu desfecho na morte. Uma tradicional família de cinco filhas solteiras (Angústias, Madalena, Martírio, Amélia e Adela) uma mãe despótica (a mulher que dá nome ao espetáculo), uma avó louca e duas criadas tratadas como animais de carga povoam essa história mergulhada no preconceito, no autoritarismo, na repressão sexual e na opressão das mulheres.
No enredo, com a morte de seu segundo marido, Bernarda decretara um luto de oito anos, submetendo suas filhas à reclusão dentro das frias paredes da casa, com as janelas cerradas. Duas das moças, porém, apaixonadas por um mesmo galanteador das redondezas, um rapaz de vinte e cinco anos chamado Pepe Romano, desencadeiam no meio daquele luto uma disputa cruel e perigosa para conquistarem o amor do mesmo homem, com conseqüências trágicas.
Correio do Povo