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Verão

Especial

Mostra de Daniel Senise em Porto Alegre apresenta paradoxo da arte

Vinte e três trabalhos do artista carioca estarão na Fundação Iberê Camargo até 29 de setembro

Abertura da exposição de Daniel Senise será neste sábado às 14h | Foto: Luiz Gonzaga Lopes / Especial /CP

A Fundação Iberê (Padre Cacique, 2000) inaugura neste sábado a exposição “Antes da Palavra”, do artista carioca Daniel Senise. A abertura ocorre às 14h. A mostra poderá ser visitada até 29 de setembro, no átrio, 2° e 3° andares. A chave para a leitura das obras de Senise, que partem do branco, da paleta baixa de cores e da ausência ou apagamento do figurativo é dada pela curadora da mostra, Daniela Labra, no texto curatorial do catálogo da mostra: “A ausência na presença é um paradoxo explorado pelo artista em toda a sua obra”. 

Ao todo, são 23 trabalhos de Senise, entre pinturas e objetos, articulados em torno da instalação monumental “1.587”, constituída por duas grandes telas suspensas no átrio, postadas frente a frente, cujas lonas são lençóis usados em um motel carioca e no INCA – Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro. “As marcas e manchas visíveis nas superfícies das peças são prova de um tempo transcorrido que é protagonista”, explica a curadora.

O título da obra decorre do cálculo de pessoas que passaram por esses lençóis ao longo de seis meses. Com ajuda de um matemático, o artista nomeou as obras. “Branco 237” para os lençóis do hospital, e “Branco 1.350”. Esta é uma versão reduzida do trabalho original, intitulado “2.892”, criado no final da década de 1990 e exibido em 2011, na Casa França-Brasil, em forma de corredor. 

Arte interligada com a vida

Outras séries do artista estão presentes nestes trabalhos, como a série “Biógrafo”, com quatro telas, no qual retrata a Fundação Iberê, um museu em Berkeley, o seu Quarto de Infância, e o Atelier-Museu de Antoine Wiertz, em Bruxelas, na Bélgica. Sobre o quarto de infância, Senise explica que está na série, pois tudo o que aconteceu naquela fase da vida molda quem ele é. “É quase como uma pergunta na memória, o que você estava fazendo na infância ou no 11 de setembro de 2001?” 

Em diálogo com a exposição, Daniela convidou seis artistas que pensam o som, em proposições que indicam ausência, fisicalidade, espacialidade, interrupção, silêncio, tempos alongados e motes integrados às ideias da mostra. “Durante seis finais de semana, a partir de 10 de agosto, Marcelo Armani, Ricardo Carioba, Raquel Stolf, Pontogor, Tom Nóbrega e Felipe Vaz farão intervenções sonoras que vão reverberar no som o silêncio da mostra.

Outra novidade da mostra é a joia feita com exclusividade por Senise para a Fundação, à venda na loja da FIC, que corresponde ao inverso dos nichos das placas de concreto presentes na fachada do museu, funcionando como uma “chave” de acesso. 

Luiz Gonzaga Lopes