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Especial

“Ninguém Sabe Meu Nome” retorna aos palcos no festival Palco Giratório

Peça que reflete sobre os códigos racistas tácitos da sociedade é apresentada no Teatro Sesc Alberto Bins nesta quinta e sexta-feira, 25 e 26

Monólogo encenado por Ana Carbatti reflete sobre os desafios da relação de uma mãe preta com seu filho diante do racismo na sociedade | Foto: Renato Mangolin / Divulgação / CP

O dilema de uma mãe preta em falar sobre o racismo na sociedade com o filho é o ponto de partida de “Ninguém Sabe Meu Nome”, peça que retorna aos palcos no Teatro Sesc Alberto Bins (av. Alberto Bins, 665), em Porto Alegre, nesta quinta e sexta-feira, 25 e 26, às 19h, na programação do festival Palco Giratório. A produção é idealizada e interpretada por Ana Carbatti, com texto de Mônica Santana e Ana Carbatti, além da direção de Inez Viana e Isabel Cavalcanti, e fará temporada também no Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo.

O monólogo reflete sobre os códigos racistas tácitos da sociedade, seus impasses, impactos e possíveis propostas de reparo. Em meio a isso, o desafio de Iara, mãe preta de meia idade, para educar e orientar seu filho pequeno, Menino, diante de uma sociedade que não o reconhece como igual  – mesmo em um país como o Brasil, que tem a maior população preta do mundo fora do continente africano. Em cena, Ana Carbatti se multiplica em muitas vozes e corpos, cujas expressões são as premissas do projeto.

"Da reflexão ao entretenimento, provocando engajamento e empatia, distinguimos o problema do preto e o problema do branco. Iara só quer ter a certeza de que seu filho vai chegar à idade adulta e se tornar um cidadão comum e respeitado. A sua angústia sintetiza a de milhões de mães no Brasil e no mundo" conta a atriz, indicada ao Prêmio Shell e ao APTR pelo papel.

Tudo começa quando ela acorda de um pesadelo onde ocorre o desaparecimento de Menino. A partir daí, começa por questionar sua própria existência e sua função na sociedade, como mulher e mãe: educar seu filho para que se desenvolva como um indivíduo que cresça, floresça e contribua para a sociedade ou despi-lo, ainda em tenra idade, de sua inocência de modo a prepará-lo para o enfrentamento de uma sociedade que não o reconhece como igual. Em uma conversa íntima com o público, ela discorre sobre suas principais angústias, medos e esperanças, falando através de todos os seus sentidos.

O espetáculo traz uma reflexão sobre como a sociedade ainda precisa compreender sua responsabilidade e agir para reparar sua dívida histórica com a população preta. "Promover a presença e o protagonismo pretos é necessário para a construção do que pode(re)mos chamar de identidade brasileira. E só o antirracismo conseguirá nos devolver à humanidade perdida em mais de 300 anos de escravização. Não haverá liberdade enquanto não houver igualdade. Essa peça é uma das mais importantes que já fiz, em quase 40 anos de teatro. É a palavra-semente que precisa ser espalhada pelo mundo", destaca Inez Viana.

Correio do Povo