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“Paris é uma festa”, de Hemingway, atinge topo de livros mais vendidos na França

Obra se tornou símbolo de resistência ao terrorismo após atentados na capital do país

Publicada em francês com o título “Paris est une fête”, obra está esgotada em algumas livrarias da capital francesa | Foto: Patrick Kovarik / AFP / CP
"Se você tiver a sorte de ter vivido em Paris quando jovem, então onde quer que vá para o resto de sua vida, ela permanecerá com você, porque Paris é uma festa móvel", escrevera Ernest Hemingway em suas memórias sobre o período em que viveu na Cidade Luz durante a década de 1920. Reunidas no livro “Paris é uma festa”, lançado em 1964, três anos após a morte do norte-americano, as lembranças do autor atingiram o topo da lista de livros mais vendidos na França, uma semana após os atentados que deixaram 130 mortos no país.

Utilizada como símbolo de resistência ao terrorismo, a publicação ocupa o primeiro lugar nos itens mais vendidos na Amazon regional, e a empresa anunciou que o livro está temporariamente esgotado. Muitos compram as páginas para leitura, assim como aconteceu com “Tratado sobre a Tolerância”, de Voltaire, após os ataques ao jornal satírico Charlie Hebdo. Mas “Paris é uma Festa” aparece cada vez mais entre as flores colocadas como homenagem às vítimas, diante do Bataclan ou das esplanadas e restaurantes atacados, de acordo com o jornal Le Figaro.

A editora Folio, responsável pela impressão da obra, informou que a comercialização aumentou de 15 exemplares por dia para 500. “Houve uma grande elevação nesta quinta, com 1.600 cópias vendidas”, contou David Ducreux, assessor de imprensa da companhia “Também recebemos pedidos de lojas como a Fnac e a Amazon, registrando 8.500 solicitações de compra. Geralmente, vendemos 6 mil por ano”. A Fnac da estação Saint-Lazare, no oitavo distrito, por exemplo, esgotou o estoque em menos de um dia.

Publicado em francês com o título “Paris est une fête”, o livro ganhou notoriedade nos últimos dias quando uma parisiense chamada Daniele deu uma entrevista emocionada a uma rede de TV local. “É muito importante trazer flores aos nossos mortos. Também é muito importante vermos muitas vezes o livro de Hemingway, porque somos uma civilização muito antiga e elevaremos sempre os nossos valores”. Ela ainda acrescentou: "Vamos fraternizar com os cinco milhões de muçulmanos que exercem a sua religião com liberdade e gentileza, e combateremos os dez mil bárbaros que matam supostamente em nome de Alá".

"Paris é uma festa" pode ser descrito como uma homenagem a uma cidade vibrante de cultura. "Essa era a Paris da nossa juventude, onde éramos muito pobres e muito felizes", escreve Hemingway. "Paris sempre vale a pena, e retribui tudo aquilo que você lhe dê", diz ainda um trecho da obra.

Correio do Povo