Na produção, Bowie interpreta o alienígena Thomas Jerome Newton, recém-chegado à Terra em busca da salvação para o seu planeta: água. Enquanto infiltrado, Newman utiliza a tecnologia alienígena de que dispunha para se tornar um rico empresário, detentor de diversas patentes milionárias. Entretanto, deverá aprender a lidar com a competição no mundo dos negócios e a tentações terráqueas, como a camareira Mary-Lou, com quem se envolve intimamente.
A obra é baseada no livro homônimo de Walter Tevis, escrito com uma prosa carregada de tensão poética. O texto é considerado uma das ficções científicas mais realistas sobre um alienígena que vai absorvendo o dia a dia, o jeito e os vícios humanos; esse realismo é capaz de tornar o enredo uma metáfora sobre uma indescritível angústia e solidão existencial. E é justamente esse o ritmo do filme, uma mistura de road movie com drama existencial que em certo pontos é caracterizado pela lentidão do roteiro.
Bowie, com seu visual andrógino, era a perfeita imagem para o homem que veio do espaço, como já havia feito anos antes com seu alter-ego Ziggy Stardust – não por acaso ele foi escolhido para o papel de Newman. Lançada em 1976, quando o conceito de blockbuster ainda era consolidado, a antológica ficção dirigida por Nicolas Roeg rapidamente atingiu o status de filme cult. Agora, por meio de restauração em 4K da Zeta Filmes, a Geração Z poderá ter contato com o outro lado artístico do camaleônico artista, entendendo o porquê mereceu este apelido.
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Correio do Povo