Apresentada na segunda maior sala de exibição do evento, praticamente lotada, e com o título internacional de “Reaching for the Moon”, a fita do cineasta brasileiro arrancou aplausos da plateia e antecipa o sucesso quando chegar no Brasil no dia 24 de maio próximo. As cenas de sexo homossexual, pelo menos, devem causar sensação.
Os diretores continuam sendo o destaque. Confinado em seu país, Jafar Panahi mandou “Cortina Fechada”, sobre um homem que se isola com seu cão, considerado um animal impuro pelo islamismo radical. A produção recebeu aplausos e vaias. A polonesa Malgozka Szumowska promete polêmica com “In the Name of”, sobre um padre que vai trabalhar numa comunidade só de meninos e se apaixona por um deles. Homossexualidade e violência são dois ingredientes de Gus Van Sant em “Promised Land”. Matt Damon estrela e assina o roteiro com John Krasinski. Na trama, a companhia se aproveita da crise econômica para forçar os fazendeiros a vender as suas terras para a exploração de gás.
“Child's Pose”, do romeno Calin Peter Netzer, gira em torno de uma arquiteta que faz tudo o que pode para livrar o filho da condenação pelo atropelamento e morte de um adolescente de origem humilde. No thriller “Layla Fourie”, de Pia Marais,uma mulher consegue emprego numa firma de segurança de Johannesburgo, África do Sul, e no primeiro dia, acidentalmente, atropela e mata um homem branco na estrada. Temendo pelo filho pequeno, ela tenta esconder a tragédia.
A grande unanimidade do festival, até agora, é “Gloria”, produção chilena que defende o cinema latino no festival. Sebastian Lelio dirige Paulina Garcia, que deve emplacar o Urso de Prata de Melhor Atuação Feminina. Solidão e sexo na idade madura são temas abordados com franqueza na trajetória de uma mulher que começa a trama dançando num baile de idosos, passa pelos mais diferentes tipos de experiências afetivas e familiares e termina dançando outra vez.
Correio do Povo