Neste sábado, dia 4, a Fundação Iberê (Padre Cacique, 2000) inaugura a exposição “Resistência”, do maranhense Thiago Martins de Melo, 41 anos. Com curadoria do islandês Gunnar B. Kvaran, a mostra confronta o espectador com quatorze obras de grandes dimensões e complexidade. Com cores fantasmáticas, o trabalho articula a densidade narrativa feita de referências autobiográficas e mitológicas, sincretismo religioso e ambiência surreal. No centro da articulação, emergem temas da política brasileira e da história do país. A iconografia crítica faz dele um dos pintores brasileiros contemporâneos a abordar aspectos do cotidiano social. “Eu venho de uma região marcada pela violência; não temos tempo para tratar de questões acadêmicas. Ser artista é um ato político”, diz.
Thiago foi convidado para fazer imersão na obra de Iberê Camargo e realizar a curadoria de uma exposição em parceria com Gustavo Possamai, responsável pelo acervo do pintor gaúcho, chamada “Iberê Camargo: Vivo como as árvores, de pé”, que também abre hoje. Nesta mostra, Thiago e Possamai apresentam um recorte de 146 trabalhos, revelando um aspecto fascinante da obra de Iberê a partir do acervo da Fundação, além de três guaches da série “Ecológica (Agrotóxicos)”, cedidos por colecionadores. A série de 1986 foi produzida com a colaboração da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. Iberê os viu realizando no Parque da Redenção a intervenção cênica “A dúzia suja”, em referência aos doze agrotóxicos mais prejudiciais ao ser humano e à fauna silvestre.
Correio do Povo