Com o sugestivo título que lembra a certeza da inexorabilidade e dos ciclos de vida e morte, da natureza, Schariza Barberena estreia, com livro próprio, no mundo da literatura, com “O Sol Veio para Partir” (Alcance), nesta sexta-feira, 19h, na Livraria Taverna (Fernando Machado, 370). A autora nasceu em Porto Alegre há 40 anos, onde reside com seu marido e filhos. É formada em Letras (Fapa) e Mestre em Teoria Literária pela PUCRS. Escreve desde os 11 anos de idade e participou de coletâneas com poemas e contos. A mais recente foi lançada em 2018, “O que Resta das Coisas” (Zouk), com textos em homenagem a Caio Fernando Abreu.
No conto que dá nome ao livro, Schariza sentencia: “O sol veio para partir. Devagar a sombra se desloca e nasce mancha na pele do galho. Que é a minha pele. Lá, olhos encantados desviam das copas ásperas (...) O caminho e a despedida, o sol e o se pôr. Lembranças do que é finito toma conta e anuncia a lágrima, o sorriso, o vento. Abro caminho para além das nuvens”.
Sobre este texto específico, a autora confidencia que nasceu a partir das muitas despedidas nas quais esteve presente ou se fez ausência. “Eu já experienciei despedidas fantásticas, o se desligar, processos difíceis. E a natureza é lição de renovação, dos ciclos de vida e morte, de vivenciar e expurgar sentimentos”, afirma a autora. Na orelha da obra, o escritor João Anzanello Carrascoza observa que a “obra se destaca pelo vigoroso ritmo musical, alternando contos longos e curtos, muitos à moda de poemas – abertos para a vida íntima, não das altas esferas, mas das inquietações subterrâneas.
Na contracapa, o escritor e mestre de tantos autores, Luiz Antonio de Assis Brasil, alerta para o fato de a obra conter uma bomba. “Pulsante, viva, subterrânea, subcutânea. Sob a aparente delicadeza dos meios expressivos, que vagam entre o poema e a narrativa poética, subjaz uma forte indignação com o mundo que nos deram para viver, com suas convenções de fachada. Schariza é filha do poeta e editor Rossyr Berny e casada com o escritor e professor de Letras da PUCRS Ricardo Barberena.
Correio do Povo