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Show com hologramas revive astros da música em Paris

Experiência tecnológica emocionou público, mas também gerou expectativas que não foram atingidas

Claude François (1939-1978) foi um dos artistas que performaram no Palácio dos Congressos | Foto: Christophe Archambault / AFP / CP
Em uma experiência inédita no mundo, astros da música francesa retornaram aos palcos de Paris na forma de hologramas, algo espetacular do ponto de vista técnico. Claude François, Dalila, Mike Brant e Sacha Distel "se apresentaram" juntos na noite desta quarta-feira no Palácio dos Congressos, na estreia do espetáculo inédito "Hit Parade". Após uma espera programada, François foi o primeiro a subir no palco, acompanhado de suas bailarinas. Ele entoou "Cette année-là", uma lendária canção que costuma embalar todo fim de festa na França, emocionando o público, mas também frustrando os fãs.

"Quando o vi, me emocionei, mas queria que se aproximasse. Eu me senti frustrada", disse Veronique Tudela, de 51 anos. "É uma tecnologia ingrata porque queríamos mais", resumiu seu marido, Thierry. O figurino e as coreografias são muito bem cuidados.

Durante uma hora e meia, os ídolos dos anos 1970 interpretaram uma dúzia de sucessos da 'chanson française', como "Gigi l'amoroso" (Dalida), "Qui saura" (Mike Brant) e "Toute la pluie tombe sur moi" (Sacha Distel). Mas pouco a pouco, o público foi entendendo os limites deste novo tipo de espetáculo. Os hologramas, por exemplo, ficam na parte posterior do palco e o público gostaria de ter maior interação, uma experiência que superava o fato de ouvir um álbum ou ver um filme biográfico. 

Seis milhões de euros

O estúdio francês de efeitos visuais Mac Guff, responsável por filmes de animação, como "Meu malvado favorito" e "Os Minions", trouxe de volta à vida os quatro ídolos franceses, que juntos venderam 250 milhões de discos. A empresa usou a tecnologia da "motion capture" (captura de movimento) para recriar os rostos em três dimensões e para o corpo, recorreu a pessoas de carne e osso, com as mesmas proporções físicas dos artistas falecidos.

Também utilizou câmeras de altíssima definição, com qualidade doze vezes superior à de um filme, o que contribuiu para o custo de quase seis milhões de euros e exigiu um trabalho titânico de vários anos. Até agora, os espetáculos com hologramas se limitavam sobretudo a breves sequências, como uma única canção, como foi o caso, em 2014, do falecido "rei do pop" Michael Jackson, durante os Billboard Music Awards. A outra única referência conhecida é a atuação, há cinco anos, do rapper americano Tupac Shakur, falecido em 1996, durante a edição de 2012 do festival de Coachella, na Califórnia.

"Está muito bem feito, a gente não distingue entre o verdadeiro e o falso", afirmou no Palácio dos Congressos Katia Cygankiewicz, de 35 anos, enquanto assistia a um número em que os hologramas se misturam a bailarinos de carne e osso. "Mas não sabemos se estamos em um show ou no cinema", comentou.

Grande fã de Dalida, Celine Papin, de 41 anos, questionou-se menos e assegurou desfrutar do concerto. "Nunca vi estes artistas (no palco), tenho a sensação de voltar no tempo", garantiu. Depois da capital francesa, o espetáculo "Hit Parade" começará em abril uma turnê por outras cidades do país e também pela Suíça e Bélgica.

AFP