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Suécia devolve pintura de Kokoschka saqueada pelos nazistas

Obra foi enviada para herdeiro de colecionador judeu

"Marquês Joseph de Montesquiou-Fezensac" é datado de 1910 | Foto: Prallan Allsten / Museu de Arte Moderna da Suécia / AFP / CP
Um Museu de Arte Moderna da Suécia anunciou, nesta terça-feira, que devolveu ao herdeiro de um colecionador judeu uma obra do artista austríaco Oskar Kokoschka que havia sido confiscada pelos nazistas. "É com alegria e alívio que vemos a pintura voltar ao seu verdeiro dono", disse em comunicado o Moderna Museet, de Estocolmo.

Conhecido por seus retratos expressionistas e pinturas de paisagens, Kokoschka estava na liga de artistas considerados "degenerados" pelos nazistas. O retrato do "Marquês Joseph de Montesquiou-Fezensac" (1910) inicialmente pertenceu a Alfred Flechtheim, um conhecido colecionador de arte e dono de galeria que foi forçado a fugir da Alemanha nazista em 1933. "A pintura foi tirada dele porque ele era judeu", afirmou o Moderna Museet em Estocolmo, acrescentando que "decidiu devolver o trabalho ao (seu) herdeiro".

Conforme a instituição de arte, Alex Vomel, empregado de Flechtheim, vendeu a pintura quando os nazistas expropriaram a galeria e a obra de arte entre 1933 e 1934. "Vomel, que se juntou ao partido nazista desde o início, aproveitou-se da situação trágica de seu ex-empregador", declarou o museu.

A pintura foi enviada para os Estados Unidos, onde vive o herdeiro de Flechtheim, Michael Hulton. Daniel Birnbaum, chefe do museu, contou que levou dois anos para excluir outros possíveis proprietários. "E na sombra de um genocídio ... você não pode exigir recibos e faturas", comentou ele, dizendo ainda que não está claro como a pintura foi vendida ao Museu Nacional da Suécia em 1934, antes de ser exibida na Moderna Museet.

"É imensamente importante para o governo da Suécia e para o nosso museu não ter nenhum trabalho com origens problemáticas na coleção", concluiu a instituição, que já havia devolvido outra obra para uma família judia, em 2009. Birnbaum também ressaltou que o retrato do marquês, pintado de preto, marrom, cinza e violeta-acinzentado, com pinceladas esboçadas, levanta questões sobre casos semelhantes. 

AFP