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Verão

Especial

Tarantino chama bandeira dos Confederados de “suástica da América”

Para diretor, "está mais do que na hora” dos EUA discutirem racismo

Novo filme do diretor, "Os Oito Odiados", acendem debate sobre o assunto | Foto: Francois Guillot / AFP / CP
O cineasta Quentin Tarantino, que em outubro de 2015 se manifestou publicamente contra as mortes de suspeitos negros desarmados por agentes da lei durante passeata em Nova Iorque, começou o ano com novas críticas à discriminação racial nos Estados Unidos.

O diretor disse que a bandeira dos Confederados, unidade política formada pelos estados escravistas do sul dos EUA durante a Guerra Civil, foi a versão americana da suástica nazista e que está “mais do que na hora" do país discutir sua presença em prédios oficiais, assim como debater a história e o racismo.

O novo filme de Tarantino, “Os Oito Odiados”, se passa anos após a guerra da secessão e conta a história de um ex-soldado negro da União que é obrigado a trabalhar com ex-combatentes dos Confederados. Em entrevista ao jornal britânico “The Telegraph”, o diretor afirmou que, “com os eventos do último ano, o filme se tornou mais importante do que jamais poderia ter imaginado”.

Em especial, o cineasta de 52 anos disse que o massacre de nove pessoas na Igreja Mother Emanuel, em Charleston, na Carolina do Sul, o atingiu de maneira sem precedentes. Ele chamou o atirador de “supremacista branco imbecil que se enrolava na bandeira rebelde” dos Estados Confederados.

Para Tarantino, os Estados Unidos de hoje em dia nunca estiveram tão divididos desde a Guerra Civil. Entretanto, ele admitiu que,”se perguntarmos aos amigos negros na América o que tem acontecido com homens negros e pardos sendo atirados pela polícia, eles dirão que não é um fenômeno novo”.

O que torna isso tão importante, ele acredita, é que a violência está sendo filmada, e cada vez mais gente está assistindo. “Isso realmente penetrou e perfurou a consciência da mídia nacional. De uma forma estranha, eu acho que vai se revelar não muito diferente de assistir à Guerra do Vietnã na televisão".

Tarantino disse que de repente, as pessoas começaram a falar sobre os Estados Confederados de uma maneira nunca vista antes. “Eu sempre achei que a bandeira fosse uma espécie de suástica da América; e agora, as pessoas começam a discutir a presença dela, e ela começou a ser banida. Agora, não é mais permitido ter o desenho em malditas placas e copos de café, entre outras coisas”, desabafou.

Ele ainda comentou que a sociedade norte-americana se pergunta sobre a presença de estátuas do general dos Confederados e líder da Ku Klux Klan, Bedford Forrest, em parques e praças públicas. “Bom, já está mais no que na hora de se discutir isso, se você me perguntar”, finalizou.

Correio do Povo