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Verão

Especial

Trabalhos de residências artísticas no Litoral Gaúcho

Obras produzidas no projeto ‘Casco’ ganham exibição a partir desta sexta-feira

Inspirada em histórias de assombrações, a artista Lilian Maus incendiou uma jangada na Lagoa dos Barros | Foto: Marcus Fabiano Gonçalves / Casco Divulgação / CP

Ao longo de quatro semanas, 12 artistas de sete estados brasileiros viveram em pequenas comunidades no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, com o objetivo de criar obras de arte relacionadas à paisagem e à cultura da região. O resultado da primeira edição do projeto “Casco – Programa de Integração Arte e Comunidade” pode ser conferido hoje, às 17h, em uma live pelo canal Casco Residência no YouTube. 
Devido à pandemia, ações em espaços públicos foram registradas em vídeo e fotografia para apresentação posterior à comunidade, sem aglomerações. Poucos viram a cena armada por Lilian Maus na última sexta: uma jangada em chamas flutuando na Lagoa dos Barros. A ação, inspirada em uma lenda regional, integra o vídeo “Ygápéba”, do projeto “Linhas Cruzadas”, desenvolvido durante a imersão de Lilian no distrito de Passinhos (Osório). 
Em Sanga Funda, no município de Terra de Areia, o recifense Thiago Guedes elaborou uma escultura em movimento numa canoa que projetava letras na água, ligando as Lagoas dos Quadros e Itapeva. Arthur L. do Carmo, na performance “A Cada 100 Passos uma Pedra”, caminhou da BR-101 até o rio Cornelius, em um retorno à história do município, que nasceu nas margens do rio e cresceu até a rodovia. Em outra obra, o artista focou em uma árvore cortada. 
Em “Monumento”, Daniel Escobar transformou o maior prédio de Mariápolis (Atlâtida Sul), atualmente em ruínas, em um jardim. Dirnei Prates, através de três vídeos, questionou de que forma o distrito de Santa Luzia, em Osório, foi afetado com a chegada da Petrobrás e sua promessa de modernização. 
Em Três Forquilhas, Teresa Siewerdt focou na relação entre o agricultor e sua terra, na série de imagens reveladas na técnica de cromatografia. Em Itati, Pablo Paniagua construiu uma escultura com mais de 5 metros de comprimento, com barro recolhido do Rio Três Forquilhas. 
Carolina Cordeiro, Charlene Bicalho e Fabiana Faleiros travaram um diálogo com comunidades de Maquiné. Observando as diferenças entre as culturas ocidental e Guarani, Carolina criou um "objeto instalativo de purificação" para investigar as conotações da fumaça em cada universo. Charlene elaborou um vídeo junto aos moradores do Quilombo Morro Alto. O trabalho aborda noções de territorialidade e o histórico de lutas da região. Na Barra do Ouro, Fabiana realizou um conjunto de ações performáticas a partir de uma semente e sua simbologia.
Os artistas foram acompanhados pelos curadores Paola Mayer Fabres, Luciano Nascimento Figueiredo e Maria Helena Bernardes e pelo historiador Maurício Manjabosco. Viabilizada com recursos da Lei Aldir Blanc, a iniciativa prevê ainda a publicação do livro do projeto no dia 30 de abril e sua distribuição.