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Verão

Especial

Uma noite natalina com João Carlos Martins

Maestro e pianista é a atração com orquestra em concerto na noite de hoje no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre

João Carlos Martins: "O músico tem que sempre estar procurando o perfeccionismo e tentar transmitir emoção para o público" | Foto: Mitsubishi Trio / Divulgação / CP

O maestro João Carlos Martins tem muitos motivos para agradecer este 2022 que marcou a retomada definitiva dos concertos e eventos presenciais. No dia 19 de novembro, ele retornou ao Carneggie Hall, em Nova Iorque, para concerto em celebração aos 60 anos da primeira vez em que ele tocou na casa de espetáculos nova-iorquina. Ele estava há mais de duas décadas sem tocar com os dez dedos por conta da distonia focal, doença que afeta o movimento das mãos, e contou com a ajuda de luvas biônicas desenvolvidas especialmente para ele.

Considerado um dos maiores intérpretes de Johann Sebastian Bach do século XX, regeu a Novus NY, da Trinity Wall Street, em três peças de Bach e executou composições ao piano. Hoje às 20h, Martins fará concerto com orquestra no Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685), tendo como convidado Jean William (tenor) em espetáculo natalino. Os ingressos estão à venda na Sympla e Planeta Surf Bourbon Wallig (Assis Brasil, 2611/249).

O concerto encerrará a temporada de 2022 do Araújo e do maestro. Em Porto Alegre, o clima de união e alegria vai contagiar músicos e público, com canções de Bach, Tchaikovsky, Leonard Cohen, John Lennon, Irving Berlin, Ennio Morricone, Praetorius e John Barry. Sobre a escolha de repertório, o maestro explica: “Bem, o repertório foi escolhido baseado no Natal no tempo da Idade Média, com um Canto Gregoriano. Após teremos música de Natal da Renascença, depois Bach, logo após o Romantismo, com a “Suíte Quebra-Nozes” e finalmente os temas natalinos propriamente ditos”. 

A emoção de voltar a tocar piano com os 10 dedos é descrita por Martins como uma pequena amostragem do que ele foi como pianista. “A minha trajetória como pianista hoje com luvas biônicas significa que sou 10% do que era no passado. Nestas músicas de Natal eu toco ‘Noite Feliz’ e uma peça do meu repertório, mas realmente foi uma emoção muito grande poder voltar a tocar com os dez dedos no teclado”, afirma. 

Para descrever o momento deste concerto de 60 anos da sua primeira vez no Carneggie Hall, Martins lembrou da sua história com aquele palco de Nova Iorque. “Evidentemente que toquei muitas vezes no Carneggie Hall. A minha primeira vez naquela casa foi em março de 1962 em um concerto patrocinado pela Eleanor Roosevelt. A emoção de um artista, se ele se julga um missionário, é a mesma com 10 anos de idade ou com 82 anos de idade como estou agora. O músico tem que sempre estar procurando o perfeccionismo e tentar transmitir emoção para o público”, destaca. 

A respeito de um concerto junto com o pianista Arthur Moreira Lima, previsto para abril, no Araújo, o maestro lembrou que ambos nasceram no mesmo ano. “O Arthur nasceu em 1940, com uma diferença de 15 dias entre dois cancerianos. Demos cerca de 50 concertos juntos intercalando Bach e Chopin. Na minha opinião, o Arthur é um dos maiores intérpretes de Chopin que temos no mundo. Ele e Guiomar Novaes são os dois pianistas brasileiros que mais me emocionam, apesar da genialidade do nosso querido Nelson Freire, que nos deixou em 2021.”

Luiz Gonzaga Lopes