Medicamentos que prometem emagrecimento rápido têm ganhado cada vez mais adeptos. Entre os mais famosos do momento está o Ozempic, que tem gerado diversos debates sobre suas consequências e riscos para a saúde. Em meio às polêmicas, uma chamou atenção: a possível relação entre o Ozempic e a fertilidade.
Conforme o remédio foi ganhando popularidade, começaram a aparecer diversos relatos nas redes sociais de mulheres dizendo ter engravidado enquanto utilizavam o Ozempic, inclusive aquelas que estavam fazendo uso de anticoncepcionais. Até um termo foi criado na web para se referir a essas gestações: “bebês Ozempic”.
Outras contam que também tiveram uma gravidez inesperada ao usar a caneta injetável Monjauro. Uma delas é Marcela Romero, moradora da Flórida, que tentava engravidar há três anos, inclusive cogitava fazer um fertilização in vitro (FIV), mas engravidou naturalmente duas semanas após iniciar as aplicações do remédio.
Os dois medicamentos, desenvolvidos para o tratamento da diabetes tipo 2, têm sido usados por muitas pessoas com o objetivo de emagrecer. Segundo o doutor Marcelo Ferreira, especialista da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, a perda de peso decorrente do uso dessas canetas injetáveis pode corrigir eventuais desequilíbrios hormonais e metabólicos que estavam prejudicando a fertilidade.
Além disso, existe uma associação entre síndrome dos ovários policísticos, falta de ovulação e obesidade. Desta forma, o emagrecimento resultante do uso desses remédios pode causar um impacto positivo no metabolismo, favorecer ciclos ovulatórios e, consequentemente, melhorar as chances de gravidez.
Para Ferreira, outra explicação para os casos de mulheres em uso de anticoncepcional que engravidaram com Ozempic é a possível interferência do medicamento na absorção do contraceptivo, expondo as mulheres à gestação.
Correio do Povo