A camada de ozônio desempenha um papel crucial na proteção da vida na Terra, especialmente quando se fala sobre os danos causados pela radiação ultravioleta (UV) do sol. Isso porque ela é a responsável por absorver e filtrar a maior parte dos raios UV-B e UV-C, impedindo que eles alcancem a superfície da Terra em quantidades prejudiciais aos seres vivos.
E quando a camada de ozônio é danificada ou enfraquecida, mais radiação UV atinge a superfície. Isso pode levar a um aumento na incidência de doenças relacionadas à exposição solar, como o câncer de pele. “Os raios UV-B possuem a capacidade de danificar o DNA nas células da pele, aumentando o risco de mutações que podem levar ao câncer”, explica o farmacêutico Maurizio Pupo, professor especialista em cosmetologia.
É sabido que a camada de ozônio vem se tornando mais fina a cada ano, o que pode causar consequências ainda mais prejudiciais à saúde.
Um estudo realizado pelo Global Solar UV Index, desenvolvido com modelos computacionais e publicado na World Health Organization, aponta que 10% da diminuição do ozônio estratosférico pode aumentar em 300 mil os casos de câncer não-melanoma, 4.500 casos de câncer de pele melanoma e entre mais de 1.6 e 1.75 milhões de casos de catarata em todo o mundo.
Um outro estudo publicado no Brazilian Journal of Development prevê que a redução de 1% na espessura da camada de ozônio pode aumentar a incidência de casos de câncer melanoma entre 1% e 2%, o que corresponde de 20 mil a 40 mil novos casos por ano em todo o mundo.
Danos causados pela radiação ultravioleta
Além do câncer de pele, outros danos podem ser causados pela radiação ultravioleta e que, com a diminuição da camada de ozônio, também devem ter mais impacto na saúde da população nos próximos anos, entre eles:
👵 Envelhecimento precoce: a radiação UV contribui para o envelhecimento prematuro da pele, causando rugas, linhas finas, manchas senis e perda de elasticidade;
☀️ Hiperpigmentação: a exposição solar pode levar ao aumento da produção de melanina, resultando em manchas escuras ou hiperpigmentação na pele, como sardas e melasma;
🦠 Imunossupressão cutânea: a radiação UV também pode suprimir o sistema imunológico na pele, tornando-a mais suscetível a infecções, como as virais e bacterianas;
🧬 Danos ao DNA: a exposição aos raios UV pode causar danos ao DNA nas células da pele, aumentando o risco de mutações que podem levar ao desenvolvimento de câncer de pele;
👁️ Catarata: a exposição crônica aos raios UV pode contribuir para o desenvolvimento de cataratas, uma condição que afeta a visão.
“Esses estudos trazem dados alarmantes e que, se não forem levados a sério, poderão causar um impacto futuro na saúde de todos nós e, também, das próximas gerações”, diz Maurizio.
Ele ressalta a importância de adotar práticas seguras de exposição solar, como uso de protetor solar regularmente, uso roupas de proteção, evitar a exposição direta ao sol durante os períodos de maior intensidade (geralmente entre 10h e 16h) e usar óculos de sol para proteger os olhos dos raios UV.
“A prevenção é fundamental para manter a saúde da pele e dos olhos a longo prazo”, finaliza o especialista.
Correio do Povo