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Verão

Especial

Fogões campeiros


Foto: Alina Souza

A cultura de um povo pode ser compreendida e mostrada de diferentes maneiras e de muitas formas. Pelo modo como se expressa, pelas danças populares, pelo conjunto de danças, músicas e ritmos, por todas as demais artes e até por aquilo que este povo se alimenta. Ou seja, pelo que come. Nós, gaúchos, por sermos desde à nossa formação um povo ligado ao gado, nossa culinária está baseada na carne. Porém nossos pratos e seus temperos são ricos e variados e nesse rude cardápio foram incorporados as aves e os peixes, os legumes, as folhas verdes e os grãos. Temos diferentes formas de apresentar essa comida, desde o jeito mais simples, às formas mais sofisticadas. O fundamental, contudo, é que através da nossa culinária mostramos quem somos e onde estão nossas raízes ancestrais.


O 3º Desafio de Comida Campeira, promoção do Grupo Record RS comprova isso. Ao lado dos colegas André Haar, da TV Record, do Dico Reis da Rádio Guaíba, e do professor Octavio Capuano, um especialista na matéria, provamos 15 pratos típicos da tradição gauchesca. Os cozinheiros se esmeraram na apresentação dos pratos , nos diferentes temperos e exaltaram suas receitas. Os patrões capricharam nas pilchas, na recepção correta aos jurados e na hospitalidade para as equipe de TV e do jornal Correio do Povo que acompanharam todo o processo. Foi uma atividade prazerosa, é claro, mas também educativa, pois aprendemos muito, trocamos ideias e nos entusiasmamos ainda mais com a capacidade inventiva da nossa gente.


É ao redor do fogão que passamos boa parte de nossas vidas, cozinhando, assando ou requentando nossos sonhos. Desde os remotos fogões campeiros, feito no chão das gestas centenárias até os modernos fogões a gás das cidades. O gaúcho atual é feito de uma mescla de passado, presente e futuro. Por isso sempre é bom resgatar e aprender com o antigo, para que possamos compreender o que vivemos hoje e abrirmos as porteiras para o amanhã. Olhando o pessoal ao redor do fogo, recordei de minha mãezinha, de avental, mexendo nas panelas, cozinhando com carinho a comida simples para os seus filhos.


Participar do Desafio Campeiro foi provar o sabor do pago. Foi viajar por um mundo distante, meio encantado, perdido na neblina do tempo, um mundo de cores e sabores, de cheiros, de graxa pingando nas brasas, do espinhaço de ovelha, da rabada com mandioca e da vitela. Foi mergulhar nos confins da raça e voltar saciado, feliz, tocando uma gaitinha imaginária num osso liso de uma costela de ovelha.