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Especial

Krisiun: "Somos uma banda leal ao metal"

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O Black Sabbath, um dos principais nomes do heavy metal da história - inclusive recebendo o título de pai do gênero - , faz seu segundo show em Porto Alegre nesta segunda-feira, no mesmo local da apresentação de 2013, no Estacionamento da Fiergs. A abertura está a cargo de duas bandas. Uma será a californiana Rival Sons. A outra será a banda gaúcha, mas radicada em São Paulo Krisiun, um dos expoentes do Death Metal. O grupo é formado pelos irmãos Alex Camargo (baixo/vocal), Moyses Kolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria). Eles estão em turnê de seu mais recente trabalho, "Forged In Fury", considerado um dos melhores lançamentos de 2015 pela critica especializada mundial. O disco foi produzido por Erik Rutan, frontman do Hate Eternal, ex-guitarrista do Cannibal Corpse. Formada em 1990, a Krisiun estourou mundialmente como precursora do movimento brutal death metal com o lançamento do debut álbum "Black Force Domain". A fama internacional chegou em 1988 com o disco "Apocalyptic Revelation", marcado pela composição "Kings of Killing". O guitarrista Moyses Kolesne concedeu entrevista ao Correio do Povo, onde falou sobre a carreira e o novo disco da banda.

CP: O Krisiun está em seu décimo álbum, mantendo o seu estilo original. Como é isso, não se preocupar com tendências ou modismos e não ceder a pressões do mercado?
Krisiun: Creio que a banda mudou e amadureceu, mas sem perder a essência do Death Metal. Muitas bandas mudam para se comercializem e vender mais, traindo assim a sua ideologia e os fãs. Somos uma banda leal ao metal, não temos nada contra outros estilos ou grupos, mas, em se tratando de Krisiun, a lealdade ao metal é algo sério!

CP: Como foi gravar o novo disco, "Forged in Fury", produzido por Erik Rutan, que já havia trabalhado com vocês em "Conquerors of Armageddon", de 2000?
Krisiun: Foi ótimo! Somos grandes amigos! Ele tem um ótimo estúdio em Tampa, na Flórida, ficamos um mês no estúdio produzindo o álbum. Ele tem uma visão musical muito parecida com a nossa. Ele é avesso a manipulação digital e fazer edições... ele prefere as ferramentas analógicas e fazer o músico realmente tocar a música e tiram a melhor performance possível do músico.

CP: Como é o sistema de composição de vocês? Como surgem as letras? E como decidem que músicas vão entrar nos discos?
Krisiun: Fazemos tudo em jam, ensaiando, ninguém fica fazendo música sozinho e impondo para os outros tocar. Tudo é feito à moda antiga, com os músicos interagindo um com outro, curtindo o som... As músicas que entram no disco sempre são as que tem mais impacto, que tem algo inovador, algo para dizer, que tenha substância relevância pra gente.

CP: Como vocês lidam com a convivência, afinal são 25 anos na mesma formação? Como vocês fazem com os atritos e diferenças ocasionais?
Krisiun: Com o tempo amadurecemos muito como pessoas, não nos prendemos a coisas sem necessidade, a vaidade ou ego, que sempre causa atrito nas bandas. Temos uma visão muito parecida musicalmente falando, somos três irmãos que além de sermos colegas na banda somos bons amigos também.

CP: Quais as bandas que influenciaram vocês? E como surgiu o gosto pelo heavy metal?
Krisiun: Temos muita influência do metal antigo tradicional como Black Sabbath, Motörhead, Iron Maiden, e depois veio Slayer, Metallica, Sepultura... mais tarde Morbid Angel, Deicide, Pestilence, etc. Começamos a gostar de metal porque nosso irmão mais velho curtia AC/DC e também pelo primeiro Rock in Rio, que nos mostrou a força do heavy metal.

CP: Com quais as bandas gringas que vocês mantém contato, amizade? E curtem fazer turnê?
Krisiun: São muitas, mas posso mencionar o Cannibal Corpse, Suffocation, Destruction, Entombed, etc.

CP: Além do Brasil, quais outros lugares onde o Krisiun tem mais seguidores fiéis e como faz para se comunicar com este público?
Krisiun: Creio que Estados Unidos, Alemanha, França, Polônia, México... Na verdade, o Krisiun tem uma grande legião de fãs muito grande. Hoje em dia tocamos pelo mundo todo. Ásia, Oceania e Oriente Médio são lugares que já tocamos, até em festival na África já estivemos, fora as incontáveis turnês pela Europa e as Américas.

CP: O que vocês pretendem apresentar na abertura do Sabbath em Porto Alegre, que é o local de nascimento de vocês? E como é morar em São Paulo? Como é a vida de vocês fora do palco, do estúdio, estão casados, com filhos?
Krisiun: Para a gente será um acontecimento histórico, memorável, como foi tocar no Rock in Rio em 2013... tocamos no mesmo dia do Slayer e Iron Maiden... Mas o Black Sabbath é a maior banda do heavy metal. Eles criaram o estilo, será um honra sem igual! Nascemos no hospital Conceição, na zona norte de Porto Alegre, na Assis Brasil, nunca imaginava quando comecei a banda tocar com Sabbath no nosso bairro! O Black Sabbath nos aprovou para abrir o show e o baterista original da banda, Bill Ward, já mencionou o nome do Krisiun em diversas entrevistas, ou seja, é uma conquista muito grande na nossa carreira e ainda mais fazer um show na nossa cidade. Moramos em São Paulo hoje em dia por causa das logísticas de turnês, porque ali nos conectamos mais fácil com o resto do mundo.

CP: O mercado fonográfico dá grana ainda? Ou entra mais nos shows?
Krisiun: Sobrevivemos da banda, da música há muitos anos! Hoje em dia, além dos shows, ganhamos dinheiro com os royalties da gravadora Century Media Recs, vendemos merchandising, ministramos workshops, etc. Tudo é uma fonte de renda, mas o principal são os shows, fazemos longas turnês pelo mundo já faz anos, e é de onde veem a nossa principal fonte.

Chico Izidro