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Verão

Especial

Maciel Salú: "Queremos levar a música de Olinda para o mundo"

OCO Classica 2 - Foto Beto Figueiroa

O que a Olinda tem de mais essencial, de maior riqueza, um tesouro imensurável é o cabedal de seus ritmos e gêneros musicais. Conciliar estes candomblés, seus afoxés, os cocos de umbigada, do Pneu e da Xambá, com o maracatu, o frevo, o forró, o cavalo marinho e outras demonstrações do folclore de Olinda é a intenção de sete músicos pernambucanos que estão juntos há oito anos formando a Orquestra Contemporânea de Olinda.

O grupo se apresenta nesta quinta-feira, em Porto Alegre. Os sete músicos são Gilú Amaral (percussão), Rapha B (bateria), Hugo Gila (baixo), Juliano Holanda (guitarra), Tiné e Maciel Salú (vocal) e um dos mais expressivos saxofonistas do país, o Maestro Ivan do Espírito Santo. No palco do Opinião eles se reúnem a um trio de metais (trompete, trombone e tuba) vindo da Orquestra do Grêmio Musical Henrique Dias, primeira escola profissionalizante de frevo de Olinda. Em entrevista ao Correio do Povo, o vocalista Maciel Salú fala do novo disco "Bomfim" (pelo qual a turnê é baseada), do show sempre surpreendente da big band e da relação do grupo com Olinda e com o mundo.

Correio do Povo: O que compõe o caldo cultural da Orquestra Contemporânea de Olinda?

Maciel Salú: A orquestra é contemporânea, não é clássica, mas pega cada elemento dos ritmos e gêneros de Olinda e de Pernambuco e transforma em algo mais contemporâneo. Temos forró, frevo, maracatu, coco, cavalo marinho, afoxés e outras tantas coisas da nossa cultura. Queremos levar a música de Olinda para o mundo e também para Porto Alegre, todo local que formos.

CP: E o que o público de Porto Alegre pode esperar do show no Opinião?
Maciel Salú: O público gaúcho é muito entusiasmado, entra logo na dança, no clima. Fizemos show uma vez no RS há algum tempo. A nossa alegria é ver o público cada vez mais identificado com o que fazemos. A nossa música circula pelas redes sociais, YouTube, streaming, downloads no Japão e Áustria. Muitos não viram ainda o show, mas já acompanham as nossas apresentações e sabem que ao vivo vamos muito além, já ganhamos até prêmio de melhor show por algumas publicações de Pernambuco e do centro do país.

CP: Como funciona o processo de composição do grupo que é tão numeroso?
Maciel Salú:
A maior parte é compositor. Eu componho, o Juliano (Holanda) compõe, o Rapha B também, Gilú, Ivan e Tiné são os outros que compõem. Neste disco "Bomfim", boa parte das composições são minhas, do Juliano e do Tiné. Seguimos sempre os mesmos caminhos: boa letra e arranjos de qualidade no disco, que é produzido pelo Juliano. Uma composição deste disco novo, "Amara Preta", tem a ver com uma mulher negra, que era irmã de criação do meu pai que dançava com todos na gafieira, ninguém se passava com ela, tinha o seu poder.

CP: O que vocês têm ouvido?
Maciel Salú:
Vou falar por mim. Cada um tem o seu gosto. Tenho ouvido muita música africana e cubana. Sou louco pelo nigeriano Fela Kuti, um cara completo para a música e que muito me inspira.

CP: Qual a sua mensagem para convidar os indecisos, o público que ainda não sabe se vai ver a Orquestra Contemporânea de Olinda?
Maciel Salú: Queria convidar as pessoas que ainda não nos conhecem ou aqueles que só nos viram pela internet ou ainda que baixaram alguma música para ver um show de entrega total, pois tocamos e cantamos de braços abertos, mostrando uma energia positiva que é bem nossa, não tem com mais ninguém. Já falei antes e repito: o que mais gostamos de fazer é tocar e mostrar a cultura de Olinda para o mundo. Vá ao show e comece o ano de forma mais divertida!

Por Luiz Gonzaga Lopes