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Verão

Especial

A vontade de sonhar

Números | Foto: Alina Souza

Eu ainda sinto. Nem as envolventes imagens nas redes sociais do smartphone me distraem. Eu ainda olho a rua. As pessoas da rua. Todas têm em comum a vontade de fechar os olhos, desprender o peso de certas vivências, sonhar. Sei que a minha percepção não altera a realidade, porém seria um atestado de fracasso não sentir o outro. Eu me consideraria máquina, equipamento, e não aquela que aperta o botão e quer frear a fugacidade do instante. Se acontecesse algo que atingisse um ser humano na minha frente, eu reagiria, gritaria, jamais ficaria parada, intocada. Penso, por exemplo, em como um cidadão congolês foi espancado até a morte no Rio de Janeiro e houve gente que assistiu como se fosse um espetáculo. Infelizmente são inúmeros casos parecidos pelo mundo inteiro. Indivíduos morrendo à luz do dia, e a sociedade incólume, sem nenhum arrepio na alma. Temo ver alguém cair e a multidão indiferente passar por cima. Faço um apelo: Que enxerguemos a vida do próximo como enxergamos a nossa. Ali há também um corpo que sangra, uma mente que deseja, uma existência densa.

Alina Souza