Ainda bem que a sede do Correio do Povo se localiza perto da Praça da Alfândega, um ponto repleto de vida, história, personagens, movimento. Aproveito esse grande pátio para observar o desenrolar dos dias e o caminhar da sociedade. Por mais que tudo permaneça no mesmo lugar, mudam-se as faces, as expressões, o ritmo dos passos. Executivos, garis, hippies, artistas, uma infinidade de estilos em meio aos monumentos de outra época. Referência que atravessa o tempo, tempo que atravessa pessoas. Uns apressados, não querem atentar para os lados; outros, sentados, sonolentos, apreciando a pausa do trabalho. Mais adiante, sob à sombra dos jacarandás, congrega-se uma pequena multidão com olhares atentos. Peço licença para abrir uma fresta no agrupamento e fotografar o que lhes une. O jogo de damas. Adversários tornam-se amigos e, amanhã, provavelmente estarão ali mais uma vez, concentrados em reposicionar as peças sobre o tabuleiro chamado cotidiano.
Texto e fotos: Alina Souza
Alina Souza