Corremos para dar conta dos prazos, compromissos, fatos imprevistos. A mente envolvida, os olhos absortos, os problemas a serem resolvidos. O tempo, o mesmo que se prolonga nas sinaleiras, na espera pelas respostas, desloca-se veloz, apurado, quando olhamos para os ponteiros do relógio. O desafio é não deixar que essa rotina nos encerre, obstrua o encanto com o mundo lá fora. Não obscureça a outra realidade, pontilhada de detalhes e enlaces imaginários, que transcende preocupações, obrigações. Enquanto enfrentamos a sina diária, passamos por tantos caminhos. E tanto passa por nós. Será que reparamos as aberturas? Será que damos atenção suficiente para a luz que nos alcança e nos convoca? Confesso: essa é a minha batalha permanente. Encontrar um ponto que devolva o sentido da vida em meio ao caos, à transitoriedade. Materializá-lo por meio da fotografia, sem me ater à qualidade técnica, estética. Apenas um respiro. Apenas a tentativa de refrear a existência que nos atravessa.
Texto e fotos: Alina Souza
Alina Souza