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Verão

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Novas tentativas

Não importa a perfeição da obra, mas sim o reconhecimento do esforço, a vontade de transformar a massa — a qual, por sutilezas, despedaça-se — em um firme castelo.

De construção em construção, constrói-se maturidade. | Foto: Alina Souza

Inicia-se com um monte de areia. Disforme mesmo, porque o importante é ter o material nas mãos e deixá-las que o esculpam sem culpas. Sentir as partículas de infinito entre os dedos. Criar. Projetar os andares, torres, aberturas, pontes. Talvez mudar de ideia, destruir, refazer de outro jeito. Talvez lidar com o vento abrupto, com as súbitas ondas do mar que mais longe querem chegar ou, ainda, com indivíduos impassíveis que fazem a delicadeza desmoronar. Nesses momentos, não impedir que as lágrimas se pronunciem, apenas aceitar que a praia é muito grande. Justamente a grandeza e a imprevisibilidade podem alimentar novas tentativas. De construção em construção, constrói-se maturidade. Não importa a perfeição da obra, mas sim o reconhecimento do esforço, a vontade de transformar a massa — a qual, por sutilezas, despedaça-se — em um firme castelo. Desejo que em 2023 consigamos encher baldes com grãos de diversas texturas e tenhamos coragem de tocar nossa fragilidade até torná-la escultura.

Alina Souza