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Preciosidade

Alimento a consciência do valor de cada pingo d’água. Tento não desperdiçá-la. Bem como a energia elétrica. A questão financeira pesa bastante, não vou negar; porém, o que me toca sobretudo é a preciosidade destes bens da natureza, já tão cansada de nos sustentar.

Juarez Flores, morador do bairro Aberta dos Morros, em Porto Alegre, armazena água doada por amigos em um reservatório envelhecido. | Foto: Alina Souza

Meus banhos nunca mais foram como antes. Alimento a consciência do valor de cada pingo d’água. Tento não desperdiçá-la. Bem como a energia elétrica. A questão financeira pesa bastante, não vou negar; porém, o que me toca sobretudo é a preciosidade destes bens da natureza, já tão cansada de nos sustentar. Eu até dizia para minhas sobrinhas: “não fiquem com as torneiras abertas enquanto escovam os dentes, se não acabará a água do mundo”. Havia um tom leve nessa minha fala. Hoje percebo que a coisa é bem séria. A linha de frente da reportagem nos abre para as diversas realidades. Conheci Juarez Flores (foto), morador do bairro Aberta dos Morros, em Porto Alegre, que armazena água doada por amigos em um reservatório envelhecido. Toma banho, faz comida, tudo com água guardada há semanas. Deize Gonçalves, moradora da Lomba do Pinheiro, também na capital, armazena em galões a água que esporadicamente aparece nas torneiras. Além deles, há milhares de pessoas lidando com a escassez do elemento mais fundamental para a vida. Quando a água ressurge, brilham-se os olhos, mas logo a razão pede planejamento. É preciso se preparar para mais tempos ardidos de sol, sede e gotas raras.

Alina Souza